Diálogos traçados: as cartas-desenho na Coleção Mário de Andrade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Caetano, Renata Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Artes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Artes
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7384
Resumo: A presente tese expõe um levantamento realizado na Coleção do escritor Mário de Andrade, entre Acervo e Arquivo, com o intuito de perceber como alguns artistas modernistas entre 1920 e 1931, a saber, Anita Malfatti, John Graz, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Cícero Dias, utilizavam desenhos em cartas endereçadas ao escritor paulista. Trata-se de uma complexa confrontação entre as diferentes posturas visuais assumidas pelos artistas em meio aos caracteres da escrita e aos impactos disso na sensibilidade do colecionador. Com esses dados, buscamos construir um pensamento sobre o assunto por meio de vértices que nos apresentam o modo como a marcha do gesto de apropriação transfigurou o espaço epistolar em um espaço de proposição, experimentação e acontecimento do pensamento, sendo ele artístico. Dessa forma, lidar com tais objetos do cotidiano atravessados pelos desenhos-escritos inferiu em retirá-los das classificações normalmente atreladas a eles, a saber, Cartas Ilustradas , e criar um debate ancorado pelo termo Carta-desenho , que visa perceber como a reapropriação plástica desses itens se deu entre a potência da ambivalência do traço, o pensamento sobre transformação da função da carta, a inserção do desenho em meio aos escritos e a consequente construção de visualidades em uma materialidade que, antes de tudo, é gráfica. A percepção desse lugar de encontro poético entre o desenho e a escrita possibilitou a expansão do espectro de interpretação crítica para esses objetos híbridos, que, em sua dualidade, potencializam o gesto desenhado, criam ocorrências de outras ordens e desordens e, principalmente, rompem os limites da escrita e do desenho enquanto fixação do pensamento em cartas. Algo que nos possibilita vê-los também como elementos fundamentais de um jogo gráfico que promove um espaço de ação e acontecimento artístico-poético, e não só de diálogo, nas missivas.