Caracterização estrutural e geocronológica da sequência metassedimentar no limite entre os terrenos Cabo Frio e Oriental, Região dos Lagos Fluminense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Freitas, Natália Cota de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18626
Resumo: As colisões registradas na porção central da faixa móvel Ribeira são marcadas por uma história deformacional singular, resultante do imbricamento de diversas lascas tectônicas que compõem os quatro terrenos tectonoestratigráficos. A colagem entre os terrenos Cabo Frio e Oriental resultou em uma estruturação complexa das rochas localizadas no limite entre os dois terrenos. Este limite é marcado por um contato de empurrão entre o embasamento paleoproterozoico, constituído pela porção remanescente do Cráton de Angola no continente sul americano, denominado de Complexo Região dos Lagos, e uma sequência metassedimentar neoproterozoica. O referido empurrão apresenta dois sentidos de movimento: NW e E-NE. A análise estrutural realizada na porção sudoeste deste limite demonstrou que a variação da atitude do contato do empurrão é atribuída a uma sequência de dobramentos, resultante de um contínuo encurtamento crustal com sentido de transporte para NW. Três fases de deformação foram descritas, sendo a fase D1 interpretada como associada à colocação do embasamento sobre a sequência metassedimentar, enquanto que a fase D2 foi a mais expressiva e responsável pela estruturação principal da área. Uma estrutura antiformal foi desenvolvida nos estágios cedo/sin-D2, redobrada posteriormente no estágio tardi-D2, durante o qual os elementos lineares e planares gerados previamente foram rotacionados para uma nova posição. Durante a fase D3 uma série de dobras irregulares desenvolveram-se nas rochas metassedimentares, além de zonas de cisalhamento NE-SW. O fator responsável pela geometria principal é interpretado como relacionado ao batólito granítico do Complexo Tinguí, cuja forma e contraste reológico, provocaram o redobramento do antiforme descrito. Duas sequências metassedimentares foram individualizadas: cordierita-granada-biotita gnaisse, descrito como gnaisse kinzigítico na base, e (granada)-sillimanita-biotita gnaisse, denominado de sillimanita-biotita gnaisse Serra do Palmital no topo. A análise geocronológica realizada nas duas unidades mostrou uma predominância de grãos de zircão detríticos de idade neoproterozoica, interpretados como provenientes dos arcos magmáticos Serra da Prata e Rio Negro. Os grãos de zircão de idade mesoproterozoica e paleoproterozoica são considerados como provenientes do Cráton de Angola. A idade máxima de sedimentação identificada para as duas unidades foi de 623 ± 6 Ma, a partir da qual se depositaram os protólitos dos gnaisses kinzigítico e Serra do Palmital, em uma bacia do tipo back-arc relacionada ao arco magmático Rio Negro. Dois conjuntos de idades metamórficas foram identificas, o primeiro com idades ca. 590 Ma e o segundo com idades de 530 Ma. As idades mais antigas são interpretadas como relacionadas ao metamorfismo gerado durante o estágio sin-colisional do arco Rio Negro, enquanto que as idades mais jovens estariam relacionadas à colisão entre os terrenos Oriental e Cabo Frio, conhecida como Orogênese Búzios. A partir dos dados obtidos neste trabalho, sugere-se que a sequência metassedimentar estudada esteja relacionada às rochas metassedimentares do Grupo São Fidélis, constituintes do Terreno Oriental.