Anticorpos neutralizantes da toxina diftérica em crianças e adolescentes HIV+ após imunização com uma vacina conjugada contra Neisseria meningitidis C
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14453 |
Resumo: | A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) representa um grande problema de saúde pública. A resposta imune a vacinação de rotina das crianças HIV+ é inferior à observada em crianças saudáveis. O Ministério da Saúde (MS) recomenda a vacinação rotineira de crianças HIV+, exceto para vacinas vivas atenuadas. Desde 2006, a vacina conjugada anti-meningococo C (MenC) é oferecida pelo MS. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta de anticorpos neutralizantes da toxina diftérica (AcN) em pacientes HIV+ após imunização com a vacina conjugada contra o MenC (PS-C-CRM197, Novartis Vaccines). Amostras de sangue de 42 crianças e adolescentes (2 a 17 anos) HIV+ em tratamento com antirretrovirais (HAART) foram coletadas antes e após uma e duas doses da vacina. Os AcN foram avaliados pelo ensaio de neutralização, utilizando células VERO. Analisamos as associações entre os níveis de AcN com: o número e percentual de linfócitos T CD4+ e CD4 nadir, a idade dos pacientes, o título de anticorpos bactericidas, o número de imunizações contra a difteria e o início de HAART. Houve aumento significativo (P<0.0001) nos níveis de AcN após a 1a dose (mediana de 0,31 UI/ml) da vacina em relação aos níveis pré-vacinais (mediana de 0,01), seguida de queda significativa após um ano (mediana de 0,03). A 2a dose induziu títulos de AcN (mediana de 0,32) similares aos detectados após a 1a dose. Apenas 19% dos pacientes estavam protegidos contra a difteria (≥ 0,1 UI/ml de AcN) antes da vacinação. Após a 1a e 2a dose da vacina, 57% e 64,3%, respectivamente, dos indivíduos estavam protegidos. Os AcN correlacionaram-se positivamente antes e após uma (r = 0,71; P<0.0001) ou duas doses (r = 0,76; P<0,0001) da vacina. Detectou-se correlação positiva entre os níveis de AcN e os títulos de anticorpos bactericidas contra a cepa de meningococo N79/96 (r = 0,36; P = 0,02) após a 1a dose, e com anticorpos bactericidas contra as cepas N79/96 e N753/00 (r = 0,65 para ambas, P<0,0001 e P<0,001, respectivamente) após a 2a imunização. Associações positivas foram observadas entre os níveis de AcN após a segunda dose da vacina com a contagem absoluta de LT CD4+ (r = 0,34; P = 0,03). O percentual de LT CD4+ correlacionou-se positivamente com os níveis de anticorpos após uma e duas doses (r = 0,37; P = 0,02 para a 1ª dose; r = 0,38 P = 0,01 para a 2a dose). Concluímos que a vacina PS-C-CRM197 induziu resposta de AcN em pacientes HIV+. Devido à baixa frequência de indivíduos protegidos antes da vacinação e o fato que muitos não foram completamente imunizados para a difteria, é importante refletir sobre novas estratégias para uma melhor cobertura vacinal em pacientes HIV+. |