Resposta de anticorpos opsonizantes em crianças e adolescentes infectados com HIV após vacinação contra Neisseria meningitidis sorogrupo C.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Alvino, Raquel Marinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14448
Resumo: A doença meningocócica causada por Neisseria meningitidis sorogrupo C (MenC) é de grande importância para a saúde pública no Brasil, sendo responsável por graves sequelas e altas taxas de mortalidade. Desde 2006 o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde incluiu a vacina conjugada contra MenC para crianças e adolescentes HIV+. Como indicativo de proteção induzida pela vacina anti-MenC considera-se títulos de anticorpos bactericidas maiores ou iguais a 1:4. Alternativamente, a resposta de anticorpos opsonizantes tem sido estudada como avaliação complementar da imunogenicidade das vacinas meningocócicas. O principal objetivo desse estudo foi avaliar a resposta de anticorpos opsonizantes induzida após uma e duas doses de uma vacina conjugada (Novartis Vaccines, Siena, Itália administrada em 0.5 mL de injeção intramuscular) contra MenC em crianças e adolescentes HIV+. Amostras de sangue de 57 crianças e adolescentes (2 a 18 anos de idade) HIV+ foram coletadas antes e após duas doses da vacina anti-MenC. O grupo controle foi composto de 29 indivíduos HIV-, mas expostos ao vírus. O ensaio de anticorpos opsonizantes fundamentou-se na internalização de beads fluorescentes adsorvidas com polissacarídeo C e mediada por neutrófilos, na presença de 1% de complemento humano. Os resultados foram avaliados por citometria de fluxo e comparados com os títulos de anticorpos bactericidas. Dentre os soros analisados, 11 foram selecionados para depleção de IgG e submetidos aos ensaios de anticorpos opsonizantes e bactericidas para identificação da classe de imunoglobulina (Ig) responsável pela resposta efetora. Foram observados aumentos significativos (P < 0,0001) na resposta de anticorpos opsonizantes entre os soros pré- e pós-vacinais, com frequências de indivíduos respondedores iguais a 13,3% (antes da vacinação), 45% (após uma dose), 5,3% (um ano após uma dose) e 57,9% (após a segunda dose, administrada um ano após a primeira). Não houve diferença estatística entre o percentual de respondedores após uma e duas doses da vacina. Para o grupo controle, a frequência de respondedores após uma única dose (41.4%) foi similar ao grupo HIV+. As frequências de soroconversão dos pacientes HIV+ após uma e duas doses da vacina foi de 23,3% e 38,6%, respectivamente. No grupo controle foi de 34,5% após uma dose. Observou-se correlações positivas e significativas (r = 0,43 a 0,69; P < 0,0001 a 0,0007) entre a resposta de anticorpos opsonizantes e anticorpos bactericidas após uma e duas doses da vacina. Cerca de 54,5% dos soros revelaram ser IgG a classe de Ig com atividade bactericida, 9,1% indicaram IgM e 36,4% revelaram IgG ou IgM. Porém, dados inconclusivos foram detectados na identificação da classe de Ig opsonizante. Concluímos que foram necessárias duas doses da vacina MenC-CRM197 para induzir uma frequência de soroconversão (anticorpos opsonizantes), nos pacientes HIV+ similar à observada após uma única dose nos indivíduos HIV-, indicando a limitação do sistema imune nos pacientes infectados. As correlações positivas e significativas entre a resposta de anticorpos opsonizantes e bactericidas sugerem que a atividade opsonofagocitária é uma importante resposta efetora induzida pela vacinação contra MenC.