Mortalidade por câncer de pulmão e poluição atmosférica em regiões metropolitanas do Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Gustavo dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4819
Resumo: A neoplasia maligna do pulmão é a principal causa de morte por câncer no Brasil e sua carga de mortalidade permanece elevada. Um dos objetivos deste trabalho é avaliar a tendência da mortalidade por câncer de pulmão, segundo sexo, em maiores de 30 anos, nas 19 regiões metropolitanas (RMs) e interior dos estados, de 2000-2015. O outro é estimar os efeitos de indicadores de poluição do ar na mortalidade por câncer de pulmão nas RMs mais populosas do Brasil. Inicialmente foi feita correção das informações de óbitos por câncer de pulmão com base na redistribuição das causas mal definidas e códigos inespecíficos da CID-10. Em seguida, foram calculadas taxas de mortalidade anuais ajustadas por idade, estratificadas por sexo e desagregadas pelas unidades de análise definidas. Indicadores ambientais foram definidos para estimar efeitos da poluição do ar associadas com essas taxas. Tendência temporal da mortalidade por câncer de pulmão foi analisada e correlacionada com indicadores indiretos de poluição do ar, considerando também o controle de possíveis fatores de confusão na relação investigada. A magnitude das taxas foi maior em homens do que em mulheres e tendência de queda predominou no sexo masculino, enquanto padrão de aumento predominou em mulheres. Declínio mais expressivo foi verificado em homens da RM de Porto Alegre (-2,55; IC 95%: -2,79; -2,31). Em mulheres, aumento mais acentuado foi notado no interior do Ceará (0,86; IC 95%: 0,79; 0,92). A taxa de motorização (1,33%; IC 95%: 0,82%; 1,84%) e o potencial energético de termelétricas (21,91%; IC 95%: 1,05%; 47,09%) estiveram correlacionados com a mortalidade por câncer de pulmão em homens das RMs do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Correlação positiva também foi verificada para taxa de motorização em homens (0,64%; IC 95%: 0,49%; 0,79%) e mulheres (0,32%; IC 95%: 0,12%; 0,52%) de RMs do interior do estado de São Paulo. O nível de industrialização mostrou associação direta com a mortalidade por câncer de pulmão em homens para o total de RMs avaliadas (0,28%; IC 95%: 0,02%; 0,53%) e nas RMs do interior do estado de São Paulo (0,73%; IC 95%: 0,20%; 1,27%). Os indicadores de poluição do ar mostraram correlação positiva com o aumento da mortalidade por este tipo de câncer nos grandes centros urbanos do país nos 16 anos avaliados, indicando a necessidade de medidas efetivas de controle da qualidade do ar nestas áreas.