Acurácia, concordância interobservador e segurança da endoscopia ultrafina transnasal sem sedação comparada à endoscopia convencional com sedação para a pesquisa de varizes de esôfago em pacientes cirróticos
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8632 |
Resumo: | A endoscopia ultrafina transnasal tem demonstrado bom desempenho como método de avaliação do trato gastrointestinal alto e poderia representar uma boa opção para pesquisa de varizes de esôfago em pacientes cirróticos, por dispensar sedação intravenosa e ser bem tolerada. Entretanto, há estudos pequenos e limitados avaliando seu desempenho e segurança nesse cenário. Os objetivos deste estudo foram: (i) determinar a acurácia da endoscopia ultrafina transnasal na avaliação das varizes de esôfago em cirróticos; (ii) medir a concordância interobservador do método; (iii) avaliar sua segurança. Os pacientes cirróticos se submeteram a duas endoscopias no mesmo dia, primeiro a endoscopia transnasal sem sedação e, em seguida, a técnica convencional com sedação. Os dois exames foram gravados em formato digital e codificados para posterior avaliação aleatória por dois endoscopistas experientes, cegos em relação aos dados prévios dos pacientes. Os sinais vitais foram registrados antes, durante e depois dos dois exames. Para avaliação da sensibilidade (Sen) e especificidade (Esp) da endoscopia transnasal, foi considerado como padrão-ouro o laudo da endoscopia peroral (consenso de dois endoscopistas). Como resultados, 133 pacientes foram incluídos, sendo 52% mulheres, com média de idade 60 ± 5 anos, 70% portadores de hepatite C e 34% com cirrose descompensada. A endoscopia transnasal revelou Sen= 94% [IC 88-99] / Esp= 89% [81-97] para detecção geral de varizes de esôfago e Sen= 90% [80-99] / Esp= 90% [85-96] para classificação das varizes como de alto risco. Considerando a endoscopia transnasal, o valor kappa para presença de varizes foi de 0,83, e para varizes de alto risco foi de 0,65. A concordância foi maior no subgrupo de rastreio, com k = 0,89 para presença de varizes e k = 0,72 para varizes de alto risco, em comparação com o subgrupo vigilância para presença de varizes e para varizes de alto risco [k=0,60 e k=0,49, respectivamente]. Em ambas as endoscopias não houve eventos adversos graves. Na endoscopia transnasal houve apenas 1 caso de epistaxe leve e autolimitada (0,74%). A proporção de hipoxemia (22% vs 1%; p <0,0001) e hipotensão (14% vs 3%; p <0,0001) foi maior na endoscopia convencional em comparação com a transnasal. A pressão arterial média e a frequência cardíaca ficaram mais estáveis na endoscopia transnasal do que na convencional. Conclui-se que a endoscopia ultrafina transnasal tem acurácia alta tanto para detecção de varizes quanto para identificar varizes de alto risco, com uma boa concordância interobservador, em especial no subgrupo de rastreio, e é um método mais seguro do que a endoscopia convencional. Estes achados sugerem que a endoscopia ultrafina transnasal pode representar uma boa opção para investigação de varizes em pacientes cirróticos mais suscetíveis às drogas sedativas e para aqueles com doença hepática descompensada. |