Máquina hermenêutica: a anamorfose eloquente do signo fraturado nos sermões de Antônio Vieira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Felipe Lima da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6925
Resumo: O objetivo central do presente trabalho é o de realizar um exame do corpus sermonístico do jesuíta português Antônio Vieira por meio dos instrumentos que simbolizavam as forças viabilizadoras do discurso, no século XVII: a retórica e a poética. Partindo de um mapeamento da noção de alegoria de ordem pagã e medieval, procuraremos alcançar um vislumbre desse conceito, recorrentemente explorado nos escritos retórico-poéticos de tratadistas dos séculos XVI e XVII, de modo a fazer um balanço das matizes que dão tonalidade às diferentes fases da concepção alegórica do discurso da Antiguidade à época de Contrarreforma. Para tanto, caberá, igualmente, examinar a operacionalidade do conceito, de maneira que seja possível, assim, apreender como na obra de Antônio Vieira a instituição de uma "retórica das imagens" daria forma e conteúdo a outro conceito, o de mística plástica , terreno no qual se encontrariam em plena fusão e concordância as razões políticas e teológicas que atuam na obra do jesuíta, sem desconsiderar, por seu turno, as retóricas enquanto instituições do discurso que dão forma às manifestantes prédicas do Padre Antônio Vieira. Não pretendemos deixar passar em silêncio, ainda, um ponto crucial de toda questão que move este trabalho, que consistiria no fato de que, em momento algum, a prédica de Vieira, assentada na mística plástica, recair-se-ia em exaltação artística, mas sempre como programa discursivo a serviço da atuante participação jesuítica no xadrez político-teológico de seu tempo, assim como peça oratória que age a serviço da hermenêutica bíblica que explora a iconicidade do discurso para destilar sentidos figurais de natureza místico-teológicas através do signo fraturado desde o episódio da Queda adâmica