Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
SANTOS, Luísa Ximenes |
Orientador(a): |
MACHEL, Marília de Azambuja Ribeiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Historia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44911
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Resumo: |
Nesta investigação pretendemos compreender de que forma textos alheios errônea ou falsamente atribuídos contribuíram na construção seiscentista da imagem e da memória de Antônio Vieira. Intentamos pôr luz à gênese do processo de instrumentalização do Pe. Vieira como arquétipo de Jesuíta que culmina no período pombalino e reverbera na historiografia posterior considerando que tais escritos pseudovieirinos, até então pouco estudados, têm participação importante na formação da imagem pública e política de Vieira. A autoria e a pseudoautoria no período moderno são assim discutidas através do caso de Antônio Vieira. Destacamos a força da autoridade desse renomado e profícuo jesuíta no gênero parenético e em assuntos relevantes na política portuguesa do século XVII. São alvo de atenção textos que permitem a abordagem direta da questão autoral e pseudoautoral, bem como os que demonstram a preocupação de Vieira em defender-se diante de obras que falsamente circulavam como de sua lavra. Identificamos e analisamos duas maneiras de falsa atribuição de escritos – por oposição ou por suposição. Tais formas de pseudoautoria são examinadas a partir do exemplo vieirino através de papéis alheios partícipes da polemística portuguesa seiscentista. Escritos que versam sobre o sebastianismo são utilizados para tratar da autoria por oposição, visto que Vieira colocou-se mor parte das vezes enquanto joanista. Os textos alheios atribuídos a Vieira em defesa da gente de nação e a favor da mudança dos estilos da Inquisição, por sua vez, são mote para a discussão da autoria por suposição, em que vislumbra-se uma aproximação entre os argumentos de Vieira e aqueles apenas veiculados sob seu nome. A plausibilidade ou não da autoria é percebida no cotejo com obras de Antônio Vieira acerca dos mesmos temas. Ao perscrutarmos as formas de pseudoautoria e problematizarmos o movimento de mudanças e sobreposições de juízos acerca do Pe. Vieira esperamos contribuir para uma melhor compreensão do processo de estruturação de sua memória. Entendemos que a memória de Antônio Vieira não foi construída apenas por ele mesmo ou por seus escritos, mas também pelo que lhe foi imposto, seus não-ditos. |