Relato e realidade nas cartas brasileiras do Padre Antônio Vieira: uma visão cognitivista e cultural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Barros, Maria Betânia Arantes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/93869
Resumo: O padre Antônio Vieira, grande escritor português da época do Barroco, mestre da oratória, filósofo, foi um dos personagens mais influentes do século XVII. Defensor dos indígenas e dos cristãos-novos, Vieira é autor de muitos sermões, por meio dos quais pregava ao povo, conseguindo, por sua oratória, unir pessoas de diferentes origens sociais. O poder da sua argumentação era algo divino e, até nos dias de hoje, suas obras são lidas e lembradas. Essa foi uma das razões que motivaram a proposta desta nossa pesquisa. Nosso foco foi analisar a questão da coerência, segundo a metarregra de relação, proposta por Charolles (2002), aplicando-a em uma de suas Cartas do Brasil, a Carta Ânua. Motivou-nos a isso a quase certeza de que, para o entendimento do leitor moderno, especialmente dos jovens, a relação entre o texto e os estados de coisas narrados poderia oferecer obstáculos consideráveis, uma vez que essa relação é necessariamente mediada por fatores históricos e culturais, envolvendo valores da época em que foram escritos. Em outras palavras, é necessário que ações, estados ou eventos narrados em um texto sejam percebidos como congruentes dentro do mundo reconhecido por quem o avalia. A escolha da Carta Ânua deveu-se ao fato de Vieira narrar, segundo seu ponto de vista, os acontecimentos da primeira invasão holandesa no Brasil. Além do trabalho de Charolles (op. cit.), usamos também, como ferramenta teórica, a teoria dos frames, de acordo com a ótica de Kövecses (2006)