Imprensa operária e Educação: experiências formativas de trabalhadores na cidade do Rio de Janeiro na década de 1920

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pessoa, Renata Rodrigues Chagas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23325
Resumo: Esta tese insere-se na linha de pesquisa Formação de Professores, História, Memória e Práticas Educativas do Programa de Pós-graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais, do curso de doutorado em educação, vinculado à Faculdade de Formação de Professores, em São Gonçalo (PPGEdu). A investigação está associada às pesquisas do programa, alinhada às discussões do grupo de pesquisa Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa em História da Educação e Infância (NIPHEI) e tem como objetivo analisar, pela imprensa operária, as experiências formativas debatidas e realizadas por trabalhadores da indústria, do comércio e de serviços da cidade do Rio de Janeiro na década de 1920. Foram selecionados como fonte de pesquisa os periódicos Voz do Povo, Órgão da Federação dos Trabalhadores do Rio de Janeiro e do Proletariado em geral, criado em 1920, e A Classe Operária, jornal feito por trabalhadores, para trabalhadores entre os anos de 1925 e 1928, com interrupções de circulação. A década de 1920 constituiu a baliza temporal da investigação, sem enrijecer marcos, na compreensão dos movimentos de cultura de classe como iniciativas educativas, a partir da imprensa operária. Esta assume a perspectiva de circuito privilegiado de matrizes diversificados quanto a projetos sociais difundidos, partilhados e construídos, capaz de promover intervenção no social e no processo de educação pelos trabalhadores, articulada às associações de trabalhadores. Assim, atentamo-nos ao ano de 1920, ano expressivo com a circulação do jornal Voz do Povo e construções com a participação de trabalhadores com diferentes iniciativas, a exemplo do Terceiro Congresso Operário (1920) e o Boletim do Terceiro Congresso Operário (1920). A justificativa percorre os anos de circulação dos jornais, considerando a efervescência dos debates em educação e instrução a partir de diferentes matizes. Coexistindo às discussões de princípios alinhados aos valores e costumes considerados adequados à nação adquiridos na escola, outras concepções foram debatidas. Proposições por uma educação em prol de uma transformação social e a emancipação das classes trabalhadoras, por meio da sua organização e educação, dentre outras abordagens que conversavam em termos didáticos, mas que rompiam com uma perspectiva tradicional. Contempla-se os aspectos particulares de uma cultura de classe (Batalha, 2004), ao identificar formas educativas, a exemplo de festivais, conferências e eventos com um público amplo de trabalhadores, associado ao desejo pela união da classe. A hipótese que orientou a Tese é a de que as classes trabalhadoras participaram dos debates e de diferentes ações na elaboração de projetos de cunho educacional por intermédio da imprensa. Assim, os jornais foram identificados como instrumento educativo e, em articulação, possibilitaram analisar o perfil pedagógico das associações. Neste sentido, investigar iniciativas pela imprensa operária possibilita analisar pautas construídas com e por trabalhadores por sua educação e de seus filhos. A pesquisa conta com o aporte teórico-metodológico dos seguintes autores: Thompson (1981,1998), Certeau (2014), Ginzburg (2007), Le Goff (1996), Darnton (1996), Chartier (1990). Para o diálogo com as fontes e o contexto histórico, apropriou-se principalmente das obras de Barbosa (2007, 2010), Batalha (2000, 2004, 2009), Chalhoub (2001, 2006) Camara (2010), Maciel (2012, 2016) e Costa (2016, 2019).