Pobreza no capitalismo: elementos para a análise crítica com base na teoria valor-trabalho de Marx

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Escurra, María Fernanda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15899
Resumo: O objetivo geral desta tese é identificar elementos que determinam e tornam intrínseco o fenômeno da pobreza no capitalismo com base na teoria valor-trabalho de Marx, contribuindo para a análise crítica do fenômeno na sociedade contemporânea que, caracterizada pela extrema naturalização e desistoricização da vida social, oculta as reais causas da pauperização. Na primeira parte do trabalho, realiza-se uma apresentação da leitura hegemônica da pobreza para ilustrar a visão conservadora que está presente tanto nos fundamentos teóricos das análises usuais do fenômeno como nas conceituações e prescrições formuladas por organismos internacionais, tomando o Banco Mundial como paradigma. A segunda parte, para a crítica negativa da pobreza no capitalismo, inicialmente apresenta aspectos teórico-metodológicos que permitem delinear o lugar desde onde a crítica é elaborada. Considerando a leitura hegemônica da pobreza, afirma-se que ela tem por pressuposto uma ontologia coerente com a forma de organização capitalista, sendo esse o motivo pelo qual é preciso insistir no caráter ontológico da crítica marxiana. A teoria do valor-trabalho de Marx é apresentada como referencial teórico que orienta esta pesquisa, razão pela qual sua exposição é necessária para identificar elementos para a crítica da pobreza no capitalismo. A teoria do valor-trabalho diz respeito à constituição da totalidade social sob o capital, aspecto que lhe confere relevância e inegável atualidade para analisar a pobreza, em contraste com as análises usuais que a naturalizam, identificam suas causas e propostas de enfrentamento no âmbito da distribuição da riqueza. A teoria do valor demonstra a necessidade de analisar o fenômeno da pobreza em sua historicidade e no âmbito da produção, a relevância de tomar em consideração a dinâmica da acumulação capitalista, além de constituir a base teórica para situar a discussão da pobreza em uma dimensão humana mais ampla,problematizando principalmente a forma peculiar de conexão social que se estabelece no capitalismo, a pobreza absoluta nos termos de Marx e o estranhamento da vida regida pelo capital. Sublinha-se que não só a pobreza absoluta está ligada ao estranhamento, relação que está explícita nas formulações marxianas, mas também a pobreza no sentido estrito (pobreza como fato), pois só em uma sociedade estranhada em que todos os sujeitos estão submetidos a uma dominação abstrata é possível existir pobreza, vale dizer, parcela de população que na qualidade de supérflua pode facilmente ser negligenciada e até dispensável, tal como fica patente no cenário contemporâneo de grandes metrópoles não mais limitado à realidade de países periféricos. Nesse sentido, a tese procura oferecer vários elementos para a análise crítica do fenômeno da pobreza na sociedade capitalista contemporânea, enfatizando em particular que ele necessariamente precisa ser analisado a partir de um quadro teórico mais amplo.