Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Kostrhun, Nikolas Steyer |
Orientador(a): |
Crissiuma, Ricardo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/282284
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Resumo: |
O presente trabalho apresenta um estudo sobre a concepção do modo de produção capitalista elaborada por Karl Marx em sua crítica da economia política de maturidade. Tomando como referência a interpretação do projeto de Marx como uma teoria crítica das relações sociais no capitalismo, a qual concebe essas últimas como formas socioeconômicas objetivas, pretendemos defender a hipótese de que o núcleo da caracterização marxiana da sociedade contemporânea reside no encadeamento dos conceitos de valor, dinheiro e capital. Esse encadeamento é esclarecido por Marx através de um desenvolvimento categorial progressivo, elaborado em acordo com o método dialético de exposição (Darstellung). Nosso trabalho assume, portanto, a forma de uma reconstrução da exposição marxiana dos conceitos de valor, dinheiro e capital na crítica da economia política, sendo colocado em prática em quatro partes. De início, realizamos um estudo inaugural do método e da postura filosófica assumidos pelo autor em sua obra de maturidade, ao longo do qual abordamos temas tão contenciosos como a relação entre teoria e história, a proveniência hegeliana da dialética de Marx, e em que, sobretudo, lançamos as bases para o entendimento do método de exposição marxiano como um procedimento epistêmico de caráter anti-empirista e anti-representacional, que visa à reprodução conceitual progressiva e sistemática do objeto de conhecimento como um todo complexo. Com base nessa compreensão do método empregado na composição da crítica da economia política, prosseguimos à reconstrução da exposição marxiana do modo de produção capitalista. Partimos da análise da forma-mercadoria, através de cujo exame logramos conferir fundamentação à tese de que a crítica marxiana tem como seu objeto as formas socioeconômicas assumidas pelos produtos do trabalho no contexto da universalização da troca como mediadora do metabolismo social, bem como esclarecer a maneira como Marx compreende as relações sociais mais genéricas do capitalismo. Complementamos esse quadro reconstruindo a exposição marxiana do dinheiro, que tem os seus marcos gerais estabelecidos pela análise da mercadoria e leva adiante o modelo teórico avançado em tal análise ao delimitar as funções que o dinheiro, enquanto forma autonomizada do valor da mercadoria, desempenha na esfera da circulação. Por fim, efetuamos uma investigação sobre a especifidade do conceito marxiano de capital, procurando demonstrar, em acordo com o método de exposição empregado pelo autor, como seu conteúdo está inextricavelmente ligado às categorias anteriores de mercadoria, valor e dinheiro. Para tanto, submetemos a um exame pormenorizado o argumento de que Marx lança mão para fundamentar a passagem da circulação simples de mercadorias ao capital nos Grundrisse e no Urtext. A conclusão que extraímos desse esforço exegético é de que, na teoria madura de Marx, a transformação do dinheiro em capital justifica-se pela circunstância de que o dinheiro somente pode apresentar-se como uma forma socioeconômica autônoma ao converter-se num processo cíclico e auto-mediado de valorização. |