Identidade em crise: a década de 1930 e seus reflexos na obra de Graciliano Ramos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Felipe, Márcia da Gama Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5975
Resumo: A combinação dos temas língua, cultura e identidade é uma questão necessária e urgente no ensino de línguas, razão pela qual são desenvolvidas as investigações aqui propostas. A tese que se busca comprovar é a de que as obras São Bernardo, Angústia e Vidas Secas refletem, ainda que não intencionalmente, uma crise na identidade de boa parte do povo brasileiro, provocada pelos acontecimentos vigentes na década de 1930. As pesquisas foram desenvolvidas a partir da análise lexical dos três romances, buscando identificar de que forma a referida crise é refletida no tecido textual. Em função da amplitude do córpus, propõe-se o recorte calcado nas estratégias usadas pelo autor para a construção da identidade de cada protagonista, assim como para o desencadeamento das respectivas crises de identidade. Devido à especificidade dos textos-córpus e do tema, é necessária a confluência de embasamentos teóricos de áreas distintas, porém complementares. A análise linguística é baseada na seleção lexical, segundo os pressupostos da Teoria da Iconicidade Verbal (SIMÕES), teoria de base semiótica, que trata do potencial icônico, indicial e simbólico do léxico. Também foram analisadas as expressões lexicalizadas devido à sua relevância no ensino de Língua Portuguesa, em função do potencial de significação que comportam. Para o tratamento dessas expressões, buscou-se respaldo teórico em Xatara e Succi (2008), com base nos critérios: tradição, autoridade, polifonia, ideologia, contexto e intertextualidade, usados na classificação dessas expressões, tendo como parâmetro as características do provérbio. As análises acerca da construção e da crise da identidade são fundamentadas nas áreas da Psicanálise e das Ciências Sociais, principalmente, nos pressupostos de Morin (2007) e Woodward (2014). As abordagens partem do pressuposto de Freud (1997), segundo o qual, o corpo, o mundo externo e os relacionamentos representam a fonte do sofrimento do ser humano. Devido à extensão do córpus eleito, o levantamento dos vocábulos usados na composição do texto contou com o suporte tecnológico do software Antconc. Para melhor direcionar as investigações, foram elaboradas três questões que são respondidas no corpo da tese, a saber: É possível identificar traços de identidade a partir do estudo da iconicidade lexical nas obras em foco? De que modo os signos icônicos e indiciais podem refletir as tensões que fundamentam a construção da identidade (eu X eu, eu X outro, eu X mundo)? As formas icônicas e indiciais levantadas nas obras podem atestar a verossimilhança entre o mundo narrado e o cenário sociopolítico da época na qual as obras são localizadas? Pretende-se, pois, contribuir tanto para o entendimento dos romances aqui analisados como obras literárias representantes de um período histórico, quanto para um profícuo ensino da leitura e da interpretação de textos nas aulas de Língua Portuguesa