Acesso aos serviços de saúde e suas interfaces com as violências: perspectivas das mulheres transgênero e travestis
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21807 |
Resumo: | O termo transdesigna as pessoas de identidades femininas transgênero, que inclui mulheres transexuais e travestis. Esse grupo populacional sofre com fragilidades de acesso à saúde decorrentes de desigualdades, preconceitos e violências. Objeto desse estudo são as percepções das mulheres transgênero e travestis acerca do acesso aos serviços de saúde e suas interfaces com as violências. O objetivo geral foi descrever suas percepções acerca do acesso aos serviços de saúde e suas interfaces com as violências e os objetivos específicos foram: conhecer as percepções das mulheres transgênero e travestis acerca do acesso aos serviços de saúde; caracterizar as violências vivenciadas pelas mulheres transgênero e travestis e identificar as interfaces dessas violências com o acesso à saúde na ótica dessas mulheres. Esta pesquisa caracteriza-se pela adoção de uma abordagem qualitativa e descritiva. Participaram deste estudo dezenove mulheres trans/travestis da região metropolitana do Rio de Janeiro, usuárias das unidades públicas de saúde, com idade entre 18 e 49 anos, e cor da pele parda ou preta predominantemente. A coleta de dados ocorreu de abril a setembro de 2023 através de entrevista semiestruturada. A amostra foi intencional e amostragem do tipo snowball. A análise temática de Braun e Clarkefoi aplicada aos dados. Os temas elaborados foram: Percepções das mulheres trans e travestis acerca do acesso aos serviços de saúde e Violências vivenciadas pelas mulheres trans e travestis e suas interfaces com o acesso à saúde. As participantes têm acesso aos serviços de saúde da atenção primária, ambulatorial e hospitalar, mas privilegiam um serviço acadêmico especializado pelo acesso facilitado ao processo transexualizador e aos demais atendimentos associados com projetos e pesquisa. As barreiras de acesso à saúde decorrem das restrições à utilização das unidades básicas e ao processo transexualizador, direcionando-as a recorrer para a automedicação, do despreparo profissional e das posturas preconceituosas e discriminatórias contra mulheres trans, culminando na violência institucional. As mulheres trans foram expostas a violências de natureza física, verbal, psicológica, sexual e por parceiro íntimo em diversos espaços sociais, como convivência em família, escola, universidade, trabalho, dentre outros. As atitudes de desrespeito aos direitos e ao nome social, fragilidades na qualidade assistencial e despreparo profissional foram barreiras apontadas pelas mulheres trans, causando desconfianças na utilização dos serviços de saúde nas situações de violência. Quando as violências físicas implicaram em gravidade e risco de vida, as emergências hospitalares foram utilizadas. A rede pública de saúde requer melhorias substanciais para oferecer um acesso qualificado às mulheres trans, incluindo a capacitação profissional e a oferta de serviços acolhedores e respeitosos à diversidade de gênero, com promoção da saúde integral e abordagem qualificada das violências de gênero às mulheres trans e travestis. |