Potencial terapêutico da pterocarpanoquinona LQB-118 na infecção pelo Trypanosoma cruzi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Brito, Andréia Carolinne de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21893
Resumo: A doença de Chagas é causada pelo Trypanosoma cruzi e é endêmica na America Latina, sobretudo no Brasil. A terapêutica disponível para doença é muito limitada e apresenta eficácia apenas para os casos agudos da doença de Chagas. A pterocarpanoquinona LQB-118 apresenta atividade antitumoral e antileishmania. Estudos preliminares do nosso grupo indicaram que a LQB-118 apresenta atividadetripanossomicida sobre amastigotas intracelulares do T. cruzi (clone Dm28c), e in vivo, o tratamento pela via oral foi capaz de diminuir a parasitemia em camundongos Swiss Webster infectados com T. cruzi (cepa Y) e manteros níveis de creatina quinase normais. O objetivo dessa tese foi avaliar o potencial terapêutico da LQB-118 na infecção experimental com T. cruzi (cepa Y), com ênfase na fase crônica da infecção. Epimastigotas, tripomastigotas sanguíneos e amastigotas de T. cruzi (cepa Y) foram incubadas na presença ou não da LQB-118. In vivo, para a fase aguda, camundongos Swiss Webster foram infectados com 103 de tripomastigotas sanguíneos (cepa Y) via intraperitoneal e tratados pela via oral com LQB-118 (40 mg/Kg /dia), por 12 dias a partir de 4º dpi. Para a fase crônica, camundongos Swiss Webster foram infectados com 102 de tripomastigotas sanguíneos (cepa Y) via intraperitoneal e tratados pela via oral com LQB-118 (20 mg/Kg /2 x dia), por 15 dias a partir do 31º dpi. Foram avaliados a parasitemia, taxa de sobrevivência e histopatologia do coração. A LQB-118 demonstrou atividade inibitória sobre as três formas evolutivas do parasito, com IC50 estimado em 1,82μM ± 0,17 (96h), 16,9μM ± 1,6 (24h) e 3,96μM ± 1,06(48h) para epimastigota, tripomastigota e amastigota intracelular, respectivamente. In vivo, na fase aguda, a LQB-118 diminuiu a parasitemia no 11º e 12º dpi em 49,47% (p< 0,02) e 41,14% (p< 0,002), respectivamente, em relação ao grupo não tratado, com tendência a redução do número de ninhos de amastigotas, porém sem diferença no infiltrado inflamatório e na degradação de miócitos. Na fase crônica, não houve diferença na intensidade do infiltrado inflamatório no coração dos animais infectados tratados ou não com a LQB-118. Entretanto, houve uma redução de 34,6% de colágeno no tecido cardíaco dos animais tratados em comparação aos animais não tratados. A presença de parasito no tecido cardíaco foi rara,sendo observado em 22% (2/9) dos animais tratados com a LQB-118 e em 10% (1/10) dos animais não tratados. Nossos resultados indicam que a pterocarpanoquinona LQB-118 apresenta atividade in vitro contra o T. cruzi (cepa Y) e in vivo possui ação terapêutica promissora tanto na fase aguda como na crônica da doença de Chagas