Efeitos da amiodarona na fase aguda da doença de Chagas experimental em camundongos
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Medicina Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/536 |
Resumo: | A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e atinge aproximadamente 7 milhões de pessoas no mundo. Na fase aguda da infecção, 60-70% dos indivíduos são assintomáticos, enquanto 25-30% irão desenvolver cardiomiopatia. Dentre os fármacos mais utilizados na terapia da doença de Chagas, o benznidazol é a mais usado no Brasil, porém o tratamento requer um tempo prolongado e esse fator é pouco tolerado pelo paciente em função dos efeitos adversos, além de possuir eficácia variável na fase crônica. Dessa forma, novas alternativas terapêuticas devem ser investigadas. Nesse contexto, a amiodarona, que possui ação antiarrítmica na fase crônica da doença, também já demonstrou ação tripanocida in vitro. Assim, nosso trabalho avaliou o efeito desta droga na fase aguda da doença de Chagas experimental em camundongos Balb/c infectados com a cepa Y de T. cruzi. Os animais foram tratados por 20 dias durante a fase aguda da infecção e o eletrocardiograma foi realizado no dia zero e no 21o dia pós infecção. Após a eutanásia dos animais, fragmentos do coração foram coletados para análise histopatológica e para identificar a presença do DNA do parasito por PCR especifica. Além disso, foi utilizada a técnica de LSSP-PCR para detectar diferenças nas assinaturas genéticas do parasito nos animais tratados e não tratados. Ao analisar a curva de parasitemia, o pico parasitêmico e a área sob a curva dos animais infectados e tratados com amiodarona, não houve diferença significativa comparada aos animais não tratados (26,8 ± 4, 1milhões/mL.dia versus 38,3 ± 8,3milhões/mL, respectivamente, p=0,232). Entretanto, os animais tratados tiveram um traçado eletrocardiográfico com melhora na duração do complexo QRS, quando comparado ao grupo não tratado (10,78 ± 0,49ms versus 12,82 ± 0,59ms, respectivamente, p=0,020). A análise histopatológica do tecido cardíaco evidenciou presença de infiltrado inflamatório em átrio, ventrículo e epicárdio, onde houve redução do processo inflamatório notadamente no epicárdio com o tratamento com amiodarona. Utilizando a técnica de LSSP-PCR observou-se uma distinção nos perfis de assinatura gênica do parasito, quando comparados os corações dos animais tratados e não tratados. Em resumo, apesar de não modificar significativamente a parasitemia, a amiodarona atuou de forma protetora atenuando as alterações eletrocardiográficas e histopatológicas cardíacas na fase aguda da infecção experimental em camundongos. Nossos resultados reforçam o potencial emprego deste fármaco na terapia da doença de Chagas na fase aguda. |