Atividade in vitro e in vivo da pterocarpanoquinona LQB-118 sobre Trypanosoma cruzi
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14464 |
Resumo: | A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e endêmica na América Latina, especialmente no Brasil. A terapêutica é muito limitada, não sendo eficaz na fase crônica da infecção. A pterocarpanoquinona LQB-118 apresenta atividade antitumoral e antileishmania. Estudos anteriores do nosso grupo mostraram preliminarmente que a LQB-118 possui efeito in vitro sobre as formas tripomastigotas metacíclicas e amastigotas intracelulares de T. cruzi (clone Dm28c). O objetivo desse trabalho foi delinear in vitro o mecanismo de ação da LQB-118 e avaliar sua ação in vivo em modelo experimental de infecção. Epimastigotas de T. cruzi (clone Dm28c) foram incubadas na presença ou não da LQB-118 (0-5µM) por 96h/27°C e contados diariamente em câmara de Neubauer. Uma avaliação ultraestrutural de epimastigotas tratadas com 2µM LQB-118 por 24h/27°C foi realizada por microscopia eletrônica de transmissão. A produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) foi avaliada em epimastigotas pré- incubadas com LQB-118 (0-20µM) por 30 minutos à 48h/ 27°C e posteriormente marcadas com a sonda DHE. Foram utilizados ensaios com o antioxidante MitoTEMPO e o pró-oxidante Antimicina A incubados por 30 minutos, com a pterocarpanoquinona nas concentrações de 10 µM ou 20µM. Foi feito também a análise in silico dos parâmetros farmacocinéticos foi realizado através do programa ADMET. Os experimentos in vivo, foram realizados a partir de dois modelos distintos usando camundongos Swiss infectados com 103 de tripomastigotas sanguíneas (cepa Y) via intraperitoneal. No primeiro modelo, camundongos foram tratados pela via oral com LQB-118 (20 mg/Kg de peso/dia), por 11 dias a partir de 7º dia pós-infecção (dpi) e no segundo tratados pela via oral com LQB-118 (40 mg/Kg de peso/dia) , por 12 dias a partir de 4º dpi. Foram avaliados a parasitemia, taxa de sobrevivência, peso dos órgãos, análise de parâmetros séricos bioquímicos e histopatologia preliminar do coração. Como resultados, a LQB-118 foi capaz de inibir significativamente (p<0,0001) o crescimento do parasito já em 48h de cultura, com 99,67% de inibição em 96h a concentraçõe de 5 µM. O IC50 em 48h foi de 2,34±0,20μM e em 96h foi de 0,88±0,08μM. Na avaliação ultraestrutural, foram observados alterações na morfologia do retículo endoplasmático, aumento na região do cinetoplasto e vacúolos próximos a bolsa flagelar. A LQB-118 induziu um aumento de ROS produzido pelo parasito no tempo de 30 minutos de incubação quando tratadas com 10µM e 20µM do composto. Os animais tratados com LQB-118 apresentaram redução da parasitemia nos dois modelos propostos. No primeiro, no 15º dpi, a redução da parasitemia foi de 37,8%. No segundo, a redução da parasitemia observada a partir do 11° dpi, foi de 49,47% (p< 0,02) e 50,17% no 16º dpi. A análise bioquímica sérica mostrou que houve diminuição de creatina nos animais tratados com a LQB-118. A análise histológica preliminar indicou uma diminuição dos danos cardíacos nos animais tratados. Em conjunto, esses resultados demostram que a LQB-118 apresenta atividade tripanocida, altera produção de ROS do parasito e sugere ação protetora do composto nos ensaios in vivo durante a fase aguda da infecção por T. cruzi. |