Tipificação molecular de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina isolados de infecção pulmonar crônica em pacientes com fibrose cística
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14389 |
Resumo: | A prevalência de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) isolados em cultura de secreção respiratória de pacientes com Fibrose Cística (FC) aumentou na última década. A infecção persistente por MRSA nestes pacientes tem sido associada ao rápido declínio da função pulmonar, aumento da hospitalização e mortalidade. Estudos de tipificação molecular de MRSA colonizando/infectando cronicamente pacientes com FC ainda é escasso. O objetivo deste estudo foi realizar a tipificação molecular em amostras de MRSA oriundas de 12 pacientes pediátricos com FC apresentando colonização/infecção crônica. A partir dos resultados do estudo anterior do nosso grupo (perfil de resistência aos antimicrobianos, tipos de SCCmec, presença/ausência dos genes lukS/F e pulsotipos PFGE), foram selecionadas 80 amostras. O sequenciamento da região X do gene da proteína A (spa) foi realizado para tipificação molecular das amostras selecionadas. A técnica de microdiluição em caldo foi utilizada para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) de vancomicina em todas as amostras selecionadas. Os maiores percentuais de resistência foram observados para os antimicrobianos eritromicina (62/80, 77,5%), ciprofloxacina (41/80, 51,25%) e clindamicina (27/80, 33,75%); não houve resistência à linezolida. Os seguintes tipos de SCCmec foram identificados: II (14/80, 17,5%), III (7/80, 8,75%) e IV (59/80, 73,75%). Os genes lukS/F estavam presentes em apenas 8,75% (7/80) das amostras, todas albergando o SCCmec IV. Foram identificados 38 pulsotipos pela técnica PFGE nas 80 amostras, apresentando alta diversidade genética. Nove tipos de spa foram identificados, sendo os tipos t002 (52,5%), t539 (15%) e t779 (8,8%) os mais frequentes. Identificamos um novo tipo de spa (t18066) em três amostras. O spa t002 foi o mais distribuído, presente em 10 dos 12 pacientes. Todas as amostras tipificadas como t539, t779 e t8784 foram multidroga resistentes. Foi possível prever o ST (Sequence Type) de três tipos de spa através do banco de dados do SpaServer: t002 (ST5 ou ST231), t021 (ST30, ST33 ou ST55) e t318 (ST30), todos albergando SCCmec IV. Estes resultados sugerem uma possível presença de dois clones epidêmicos circulando nestes pacientes: USA800/Pediátrico (ST5, SCCmec IV) e Oceania Southwest Pacific Clone - OSPC (ST30, SCCmec IV). As amostras tipificadas apresentaram sequências repetitivas longas, a maioria com mais de oito repetições na região X do gene spa. Não houve resistência à vancomicina, sendo a CIM de 1 µg/mL (69/80, 86%) a mais prevalente. Concluímos uma homogeneidade de distribuição de tipos de spa por paciente, demonstrando uma possível capacidade de persistência destas linhagens, o que pode contribuir para a cronicidade da colonização/infecção. O entendimento da distribuição das cepas de MRSA em pacientes com FC é importante na orientação de estratégias para o controle da disseminação. |