Staphylococcus aureus resistente a meticilina: impacto clínico em pacientes com fibrose cística acompanhados em centro de referência no Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8820 |
Resumo: | A fibrose cística (FC) é uma doença autossômica recessiva multissistêmica que atinge 1:2500 nascidos vivos caucasianos. Apesar dos progressos no entendimento da base molecular e fisiopatologia da FC, as infecções respiratórias recorrentes são a maior causa de morbimortalidade da doença. Na última década, houve aumento na prevalência de diversos microrganismos potencialmente patogênicos em pacientes com FC, como Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA), alcançando mais de 20%. Diante deste cenário de aumento da prevalência de MRSA e pouca literatura disponível, torna-se essencial um melhor entendimento da repercussão clínica da colonização por esta bactéria nos pacientes com FC para implementação de protocolos terapêuticos nessa população. Este trabalho tem como objetivo avaliar a repercussão da colonização crônica por MRSA em pacientes com FC acompanhados no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira FIOCRUZ. Trata-se de estudo caso-controle, conduzido entre 2004 e 2013. Foram critérios de inclusão no estudo: diagnóstico de FC, acompanhamento clínico regular no período do estudo e colonização crônica por S. aureus sensível a meticilina (MSSA) ou MRSA nas secreções respiratórias. Foi feito pareamento para cada caso de MRSA crônico, segundo gênero, idade, momento da cronificação e presença de co-infecção crônica por Pseudomonas aeruginosa, totalizando 20 pares caso-controle. A partir da consulta aos prontuários dos pacientes incluídos, foram coletados dados demográficos e clínicos, como: gênero, data de nascimento, data do diagnóstico, estado de suficiência pancreática (gordura fecal ou elastase fecal ou necessidade de reposição exógena de enzimas). Os pacientes do estudo foram avaliados de acordo com os seguintes parâmetros: estado nutricional (índice de massa corporal IMC e percentil de IMC), função pulmonar (VEF1% e CVF%) e alterações tomográficas (escore de Bhalla modificado). Não houve diferenças significativas entre casos e controles com relação ao aspecto nutricional. Dados de espirometria mostraram uma tendência de maior obstrução ao fluxo aéreo em pacientes com MRSA. Os pacientes MRSA apresentaram mais dano estrutural pulmonar no momento da colonização crônica e acentuada progressão da lesão, demonstrada não só pelo valor do escore de Bhalla total, mas também por todos os seus parâmetros individualmente. Os pacientes colonizados por MRSA apresentam, no momento da cronificação, dados de maior comprometimento respiratório, tanto no aspecto funcional quanto estrutural. A progressão da doença se mostra também mais rápida em pacientes colonizados por MRSA do que por MSSA, demonstrado através de comparação caso-controle, evitando possíveis variáveis de confundimento. |