A Construção artesanal do fazer clínico na psicologia
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15186 |
Resumo: | O objetivo dessa pesquisa é discutir a clínica em psicologia entendo-a como um ofício performado de maneiras diversas e com efeitos diversos, e também como um conjunto mais amplo de práticas heterogêneas e de valores implícitos que lhe dão sustentação (a formação do psicólogo, a terapia dos terapeutas, a supervisão, etc). Na primeira sequência do trabalho, está narrado a construção desse campo problemático; a clínica, mais do que um objeto de interrogação, é colocada como fonte mesmo das motivações desse processo, um campo de inquietações que é habita e habitado pela pesquisadora. Nesse sentido, esse trabalho rastreia esses fios temporais e atuais à medida que a pesquisadora começa a aproximar, então, seu fazer de outros fazeres com os quais se encontra: o crochetar das mulheres de sua família e o pesquisar com , proposta político-metodológica encabeçada pela teoria ator-rede; na verdade, tão poéticos, femininos e constitutivos como o fazer clínico. A tese defendida é que o fazer clínico (e o tornar-se clínico) é uma construção artesanal articulada com a vida que acontece desde os engates da pesquisa, passando pela formação do terapeuta, até a arte de formar outros terapeutas. Entendida enquanto tal, estes modos de fazer só poderiam ser acompanhados na prática, portanto, interessava à pesquisa acompanhar como se processa essa construção através de seus fazedores. A metodologia utilizada na segunda sequência do trabalho foi a realização de entrevistas com 22 psicólogos clínicos onde foram colocadas algumas questões sobre o seu fazer e o seu processo de tornar-se terapeuta. A idéia de ser essa uma construção artesanal se dá pela noção de que o artesão é aquele que trabalha em oficina própria, não produz em larga escala e, na verdade, sempre produz de forma diferenciada. As práticas clínicas convocam essa peculiaridade, pois, mesmo os terapeutas que atuam com abordagens mais diretivas e/ou pré-formatadas, não podem garantir uma produção industrial de efeitos terapêuticos por que, dentre outras coisas, dependem também do que é produzido pelo outro - o cliente/paciente. O efeito e os recursos de um processo terapêutico não é algo possível de prever. Buscou-se aqui articular a prática clínica às experiências, memórias e heranças que fazem dela uma política ontológica de fazer e desfazer, sem considerar a pré-existência de formas a serem atingidas. Seguindo esta lógica, pensamos a partir da premissa segundo a qual o que está em jogo são artesanias, sejam elas o fazer clínico, o fazer pesquisa, o fazer crochê ou o narrar |