Alterações no Metabolismo de Ferro em Pessoas com Doença Falciforme

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mendonça, Juliana Omena Braga de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7341
Resumo: Introdução: A doença falciforme (DF) é uma hemoglobinopatia caracterizada por inflamação e hemólise crônicas. A intensa eritropoiese e anemia inerentes à doença são fatores que potencialmente ocasionariam a redução da produção de hepcidina hormônio responsável pela homeostase de ferro acarretando o aumento da absorção intestinal deste micronutriente. Em contrapartida, o quadro inflamatório característico, bem como a sobrecarga de ferro observada em alguns pacientes, seriam capazes de induzir a transcrição deste hormônio, reduzindo a absorção de ferro. A lacuna no conhecimento a respeito do comportamento da hepcidina gera dificuldades para a elaboração de um protocolo nutricional específico para estas pessoas. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento da hepcidina sérica em indivíduos com doença falciforme. Métodos: Estudo transversal realizado com 115 adultos, divididos nos grupos com DF e presença de sobrecarga de ferro (n=13; 41,0 ±11,6 anos); com DF sem sobrecarga (n=59; 30,9±10,7 anos); e indivíduos sem a doença (n=43; 29,4±8,9 anos). Amostras de sangue foram coletadas para a avaliação dos seguintes parâmetros: hematócrito, hemoglobina, hemoglobinas S e fetal, hepcidina sérica, ferritina, ferro sérico, capacidade total de ligação de ferro (CTLF) e lactato desidrogenase (LDH). Resultados: A concentração de hepcidina sérica apresentou-se significativamente maior nos participantes com doença falciforme e sobrecarga de ferro em relação ao grupo com DF sem sobrecarga (12,0 ng/mL versus 4,2 ng/mL, respectivamente) e também ao grupo sem a referida doença (12,0 ng/mL versus 7,2 ng/mL, respectivamente). Em contrapartida, o grupo com DF sem sobrecarga de ferro apresentou menores concentrações de hepcidina sérica se comparado aos outros grupos estudados. Exceto no grupo com DF e sobrecarga de ferro, a ferritina correlacionou-se fortemente com a hepcidina, apresentando-se também como a principal variável capaz de influenciar na variabilidade deste hormônio nos demais grupos; hemoglobina S, LDH, sexo feminino e idade também apareceram como variáveis capazes de influenciar na variabilidade da concentração de hepcidina, porém com menor intensidade. Conclusão: A hepcidina sérica apresentou-se elevada nos indivíduos com doença falciforme e sobrecarga de ferro, sugerindo que o aumento da concentração deste hormônio poderia diminuir a absorção deste micronutriente, não havendo, então, a necessidade de restrição de alimentos ricos em ferro neste grupo