Caracterização dos alimentos ultraprocessados consumidos por crianças de seis meses a cinco anos de idade usuárias de Unidades Básicas de Saúde (UBS) no Município do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7292 |
Resumo: | Introdução: Os alimentos ultraprocessados (AUP) apresentam um perfil nutricional inadequado, desfavorável para a saúde e impactam negativamente a qualidade nutricional da alimentação. São ainda incipientes estudos que caracterizem os AUP consumidos neste grupo etário. Objetivo: Analisar a composição nutricional dos alimentos ultraprocessados consumidos por crianças de seis meses a cinco anos de idade usuárias de Unidades Básicas de Saúde (UBS) no município de Rio de Janeiro. Método: estudo seccional com uma amostra probabilística representativa de crianças com idade entre seis meses a cinco anos, atendidas em UBS no município do Rio de Janeiro (n=536). A coleta de dados consistiu em pesquisa de mercado para registro dos rótulos dos AUP referidos pelos participantes em recordatório de 24 horas. Os 351 AUP citados foram divididos em 22 grupos e 38 subgrupos, e caracterizados segundo as médias dos valores encontrados para energias, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibras e sódio em 100 gramas do produto e por porção indicada pelo fabricante. Também foi examinado se a composição nutricional (em 100g) do elenco de AUP relatado era diferente (diferenças superiores a 20%) entre crianças menores de dois anos e com dois ou mais anos de idade. Por último, o Modelo de Perfil Nutricional da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) foi aplicado para cada AUP e para a média dos percentuais de nutrientes obtida para cada um dos 22 grupos para identificar se os AUP referidos apresentavam excesso de nutrientes críticos (gordura total, gordura saturada, gordura trans e sódio). Resultados: Dentre os 351 AUP referidos destacam-se, em número de alimentos referidos: bebidas açucaradas (n=82); biscoitos (n=60); doces e guloseimas (n=52); iogurtes ultraprocessados e bebidas lácteas (n=35); salgadinho e chips e farinhas e espessantes (n=14). A análise da composição nutricional dos diferentes grupos e subgrupos em 100g mostrou que os AUP referidos contêm excesso de energia, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, sódio e pouca quantidade de fibras. Analisando a composição nutricional dos grupos de AUP segundo faixa etária, em 32,6% das comparações possíveis houve diferença entre os valores observados, sendo mais desfavorável para os menores de dois anos para gorduras totais e gorduras saturadas e, para o grupo de crianças mais velhas, para sódio e gorduras trans. Segundo o Modelo de Perfil Nutricional da OPAS, 63,3% dos AUP apresentaram excesso de pelo menos um nutriente crítico, com destaque para os grupos de requeijões e queijos processados, de macarrões instantâneos e de carnes industrializadas e embutidos, que apresentaram 100% dos alimentos com excesso de gorduras totais, de gorduras saturadas e de sódio. Alguns grupos de AUP extrapolaram em muito o limite estabelecido pela OPAS e três deles superam esse limite em todos os parâmetros: requeijões e queijos ultraprocessados, carnes industrializadas e embutidos, e biscoitos. Conclusão: Os AUP consumidos por crianças usuárias do Sistema Único de Saúde do Rio de Janeiro apresentam perfil nutricional desequilibrado e, em sua maioria, excesso de pelo menos um nutriente crítico. São necessárias ações educativas e medidas regulatórias para desencorajar o seu consumo |