Modelos cognitivos no processo de categorização de VIOLÊNCIA: estruturas e processos evidenciados no discurso da mulher

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Ana Vitória de Queiroz Valente da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20259
Resumo: A violência é definida pela Organização Mundial de Saúde como o “uso intencional da força ou poder em uma forma de ameaça ou efetivamente, contra si mesmo, outra pessoa ou grupo ou comunidade, que ocasiona ou tem grandes probabilidades de ocasionar lesão, morte, dano psíquico, alterações do desenvolvimento ou privações” (KRUG, 2002, p.5). Em relação à violência contra a mulher no Brasil, os dados estatísticos alarmantes sobre as vítimas (BRASIL, 2020) e os estudos das estruturas conceptuais relacionadas a categoria violência parecem estar fortemente ligados a fatores sociocognitivos e culturais. Partindo de tal contexto, esta pesquisa objetiva investigar a conceptualização da categoria VIOLÊNCIA presente nas metáforas conceptuais que emergem em um corpus composto por 112 relatos de experiência protagonizados por mulheres vítimas de violência de gênero. Os dados foram gerados em grupos virtuais da rede social Facebook. Para compreender como a categoria VIOLÊNCIA é estruturada conceptualmente por essas mulheres, os dados são analisados quantitativa e qualitativamente, à luz do paradigma interpretativista, tendo como norte a visão multiníveis da Metáfora Conceptual (KÖVECSES, 2017) que inclui os conceitos de esquemas imagéticos, domínios, frames e espaços mentais. Para a montagem da categoria, a pesquisa fundamenta sua análise nos conceitos de categorização e prototipicidade. Em termos metodológicos, o estudo aplica procedimentos oriundos da linguística de corpus, como o uso do software Antconc 3.2.4 para geração e organização dos dados. Os resultados mostram que a conceptualização de violência emergente dos relatos parece apontar para a existência de uma construção cultural que está presente na estrutura dessa categoria. Ela sugere haver um machismo estrutural - presente na sociedade brasileira e no modelo patriarcal de família - que molda a conceptualização de violência. O comportamento masculino violento revela, nos discursos analisados, mulheres conceptualizadas como objetos, animais, prisioneiras e passivas na relação de domínio do próprio corpo