Vozes a favor do golpe! O discurso anticomunista do Ipês como materialidade de um projeto de classe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Deusdará, Pâmella Passos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13094
Resumo: A dissertação, a partir de uma perspectiva enunciativa referenciada na Análise do Discurso Francesa, tem como objetivo analisar o discurso anticomunista produzido pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais(Ipês) e sua relação com a produção de consenso em prol da deposição do presidente João Goulart em 1964. Tomamos como referência a concepção de Estado ampliado proposta por Gramsci, na qual articulam-se sociedade política (coerção) e sociedade civil (consenso), ressaltando as disputas políticas presentes na construção da hegemonia de uma classe. Optamos assim, por investigar os episódios que antecedem o golpe de 1964 sob a ótica da construção de consenso. Partindo deste pressuposto privilegiamos como fontes alguns materiais produzidos pelo Ipês, quais sejam: resumos taquigráficos do programa Peço a Palavra, exibido semanalmente, e um folheto político. Abordando a questão da alteridade, refletindo acerca dos mitos e medos na História Política, procuramos investigar a construção do inimigo comunista como uma construção política de determinado grupamento. Identificamos na interface Análise do Discurso e História uma parceria possível e extremamente rica e produtiva.Trabalhando com uma concepção de que a linguagem não somente reflete a realidade, mas também atua em sua produção, recorremos a noções advindas da lingüística como: prática discursiva, cenografias, interdiscurso visando refletir sobre a produção de um discurso patrocinador de um medo que justificou o golpe em abril de 1964.