O trabalho das enfermeiras em prestadores privados de serviços de saúde
Ano de defesa: | 2018 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11445 |
Resumo: | O sistema de saúde brasileiro é composto por uma combinação público-privada, no qual a força de trabalho da enfermagem se insere. No capitalismo neoliberal, as condições do trabalho em saúde são marcadas por acentuadas divisões, ritmos impostos, hierarquização e sistemas de controle que podem levar a sofrimentos que impactam a saúde do trabalhador e a qualidade do cuidado. Diante do exposto, delimitou-se como objeto deste estudo o trabalho das enfermeiras no setor privado de saúde, com os seguintes objetivos: analisar as condições de trabalho das enfermeiras na saúde privada e discutir quais os sofrimentos e defesas dessas profissionais nesse setor. Trata-se de um estudo de natureza descritiva e exploratória, com onze enfermeiras participantes que, à época da coleta de dados, atuavam em unidades de serviço privado há pelo um ano. As participantes foram identificadas pela técnica da snowball. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada, orientada por um roteiro previamente construído. A análise dos dados seguiu a técnica da análise de conteúdo e se apoiou no referencial teórico de Christopher Dejours. Após a transcrição das entrevistas, identificaram-se as unidades de registro, que foram agrupadas em núcleos de sentido; esses, por sua vez, reuniram-se em subcategorias que compuseram as duas categorias de análise referentes aos objetivos do estudo: a) condições do trabalho das enfermeiras no setor privado; b) o sofrimento e as defesas das enfermeiras no cotidiano do trabalho. Os resultados apontam que todas as enfermeiras foram contratadas com vínculos celetistas, o que lhes conferem proteção social. No entanto, foram encontradas condições precárias de trabalho, determinadas pelos requerimentos de desempenho superior, normalização de condições extremas, condições inadequadas de trabalho, burocracia imposta. Ainda em relação às condições de trabalho, evidenciou-se a banalização do mal, expressa na mentira instituída e na violência social. Os sofrimentos decorrentes das condições de trabalho e mencionados pelas participantes são os que estão relacionados com o trabalho fatigante, a falta de reconhecimento e o medo. Conclui-se que existem condições precárias no trabalho da enfermeira do setor privado de saúde porque lhes é requerido produtividade extrema, além de existir submissão às situações de violência social banalizadas. Falta-lhes tempo, e o trabalho se dá sob intensa burocracia, na qual não há espaço para o trabalho criativo. Como defesa ao sofrimento imposto, as participantes recorrem à resignação e a um consequente isolamento, em que as enfermeiras sofrem em si mesmas, o que imobiliza a categoria e as levam à alienação. Através do reconhecimento do paciente, conseguem descarga psíquica positiva, o que as fortalece contra o adoecimento. |