O trabalho do enfermeiro da Estratégia Saúde da Família: condições de trabalho, riscos psicossociais e estratégias de gerenciamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Celestino, Lázaro Clarindo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22134/tde-27032019-164349/
Resumo: A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização do modelo de atenção à saúde no Brasil, desde 1994. Constitui-se como a porta prioritária de acesso do usuário ao sistema, tendo como norte os princípios organizacionais e doutrinários do Sistema Único de Saúde. O Ministério da Saúde determina uma equipe multiprofissional, na qual cada trabalhador executa um conjunto de ações em separado, porém constantemente, buscando articulá-las às ações dos demais agentes. Os profissionais dessas equipes são cotidianamente desafiados em sua rotina de trabalho, pois este novo modelo de atenção, trouxe mudanças nas condições de trabalho, como novas formas de contrato de trabalho, consideradas algumas vezes, precárias, na qual deixam os enfermeiros expostos aos riscos psicossociais. Entende-se por riscos psicossociais no trabalho, aqueles relacionados à concepção, organização e gestão do trabalho, os quais, quando presentes, podem gerar prejuízo físico, mental ou social aos trabalhadores. Este estudo objetivou analisar as condições de trabalho dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família, identificando riscos psicossociais, relacionados ao seu trabalho, e estratégias utilizadas para minimizar os riscos presentes. Trata-se de um estudo do tipo exploratório, de abordagem qualitativa dos dados, na modalidade temática. Participaram do estudo os enfermeiros de 18 unidades de ESFs. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas para identificar as condições de trabalho dos enfermeiros, no que diz respeito às modalidades dos contratos de trabalho, aos órgãos responsáveis pelas contratações, às jornadas de trabalho diárias e semanais e aos benefícios assegurados pela instituição, bem como os riscos presentes no seu trabalho. A análise do material foi executada por meio do agrupamento e classificação das unidades temáticas em três temas centrais: \"As condições de trabalho dos Enfermeiros da Estratégia Saúde da Família\"; \"Riscos psicossociais relacionados ao trabalho dos Enfermeiros da Estratégia Saúde da Família\" e \"Estratégias de gerenciamento de riscos psicossociais\". Os riscos psicossociais foram agrupados em sete categorias: Capacitação profissional; Relacionamento interpessoal; Interface: trabalho e família; Violência psicológica; Ambiente e equipamento de trabalho; Recursos humanos; Carga e esquema de trabalho. As estratégias utilizadas para o controle destes riscos são predominantemente individuais, já que inexistem ações da instituição neste sentido. As principais estratégias individuais encontradas foram: prática de atividade física, apoio espiritual, terapia com psicólogo e meditação. Com base nos riscos encontrados foi elaborado um folheto explicativo com o intuito de nortear enfermeiros e gestores no gerenciamento destes riscos. Dentro da perspectiva de que este é um problema do trabalhador da saúde coletiva no Brasil, emergem deste estudo sugestões e considerações que podem nortear as discussões para a estruturação de novas equipes de Saúde da Família, tais como: qualificação profissional, recursos humanos e materiais em quantidade e qualidade, condições de trabalho justas, suporte emocional e social aos enfermeiros