Incidências do real em um hospital de cardiologia: apontamentos a partir de uma experiência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silveira, Daniela Barros da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14647
Resumo: Esta dissertação destaca as incidências do real em um hospital de cardiologia. Fundamenta-se na psicanálise, nas abordagens teóricas de Sigmund Freud e de Jacques Lacan, trazendo também contribuições de outros autores. Aponta, inicialmente, os três registros indicados por Lacan o simbólico, o imaginário e o real dando ênfase ao real, que se manifesta, frequentemente, no contexto hospitalar. O real é definido como o que escapa ao simbólico, o que não tem sentido e pode chegar a ser traumático. O conceito de trauma é abordado, enquanto um excesso de energia que invade o aparelho psíquico, sem que o sujeito consiga se preparar para poder dar conta dele. Como possíveis proteções contra o real são estudadas a angústia, as fantasias e o humor. Constata-se que as presenças constantes da angústia e da morte no hospital testemunham que o real está ali, insistindo em aparecer. A angústia enquanto afeto que surge quando o sujeito se confronta com o real, e a morte como uma das figuras do real, aquela que aponta para o impossível. Diante de um perigo, por exemplo, o da iminência da morte, muitos pacientes atendidos por mim no Instituto Nacional de Cardiologia INC se angustiam. Eles estão, constantemente, frente a acontecimentos da ordem do horror, do insuportável. O presente trabalho também discute o discurso médico, que é o predominante no hospital, e o discurso do analista, enfocando as diferenças no modo como eles lidam com a presença do real no hospital. Ao longo de toda a dissertação, são apresentados fragmentos de casos clínicos, a fim de articular a minha prática com a teoria de Freud e de Lacan.