O sentimento de culpa das mães no contexto oncológico infantojuvenil: da angústia à possibilidade de desejo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Assumpção, Paula Braga Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19783
Resumo: No âmbito hospitalar, são comuns os estudos relacionados aos efeitos do adoecimento na vida do sujeito. Entretanto, apesar da vasta literatura abordando os aspectos psíquicos e o câncer, o tema do sentimento de culpa materno compõe um acervo bastante reduzido. Entendemos que a irrupção do câncer infantojuvenil traz a marca do real, que aponta para o impossível de simbolizar, aquilo que escapa à cadeia significante. Dessa forma, as perdas no corpo, na vida e a ameaça de morte denunciam os furos revelados pela situação de adoecimento e abrem a via para a angústia, diante da qual o sujeito é convocado a se posicionar. Nesse sentido, foi possível constatar que, para algumas mães de pacientes pediátricos com câncer, a angústia decorrente do encontro com os limites da doença pode franquear a via para a culpa. Com a descoberta do inconsciente, a leitura psicanalítica permitiu situar a temática do sentimento de culpa para além do campo da moralidade, em sua dimensão ética. Como sentimento inconsciente, a culpa possui caráter obscuro, apontando para sua intrínseca relação com a angústia. A partir de dois casos clínicos, compreendemos o sentimento de culpa materno como uma saída diante do furo provocado pelo real da doença, um posicionamento subjetivo que busca driblar a emergência da angústia. A aposta deste trabalho é que, assim como para a angústia, aquilo que pode fazer frente ao sentimento de culpa é o desejo. No entanto, diante da impossibilidade de acompanhar o processo de luto dessas mães, o desejo que pôde operar nesses casos foi o desejo do analista.