As Experiências de Formação Humana dos Movimentos Sociais: as universidades populares educando rigorosamente o Estado?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Princeswal, Marcelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
MST
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14814
Resumo: A presente tese analisa experiências de formação humana construídas por movimentos sociais na América Latina nas últimas décadas. Como objeto empírico analiso duas iniciativas em curso. A primeira é a Universidad Popular Madres de Plaza de Mayo, criada pela Asociación Madres de Plaza de Maio, no ano de 2000, em Buenos Aires, Argentina. A segunda trata da proposta de formação humana construída nas últimas três décadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em especial o trabalho desenvolvido pela Escola Nacional Florestan Fernandes, inaugurada em 2005, na cidade de Guararema, no estado de São Paulo. Orientando-se pelo materialismo histórico dialético, a pesquisa problematiza a relação estabelecida entre os movimentos sociais e seu projeto formativo, a partir das disputas na luta pelo/no Estado, no sentido ampliado atribuído por Gramsci, tendo em vista contribuir com a construção de uma nova cultura em favor dos subalternos. Defende-se a tese de que tais experiências, as quais denominamos como universidades populares , representam uma síntese histórica das experiências de lutas empreendidas por estes sujeitos coletivos, que passam a investir esforços na formação de quadros políticos, visando qualificar os militantes para o desdobramento das lutas. Entretanto, ao mesmo tempo em que tais iniciativas se dedicam a construir uma proposta alternativa de formação, dialeticamente encontram seus limites nas estratégias estabelecidas pelo Estado, que tenta combatê-las ou capturá-las mediante os diversos mecanismos instituídos. O caráter contra-hegemônico dos projetos formativos construídos pelos movimentos sociais, então, está condicionado às leituras da realidade, às estratégias políticas adotadas por seus idealizadores, bem como, à correlação de forças em determinado período histórico. Desta síntese, os projetos político-pedagógicos e a práxis das universidades populares buscam incorporar, confrontar e (re)elaborar as concepções de mundo, propondo-se a questionar uma determinada orientação hegemônica ou ratificá-la, de acordo com interesses que passam a defender, diante de certo projeto político em curso. Como resultado, analisamos a luta pelo público , tendo em vista a universalização dos direitos, além das experiências coletivas construídas pelo trabalho dos militantes/docentes, conferindo novos elementos para a formulação de uma proposta formativa diferenciada da hegemônica