Efeitos das violências interpessoais sobre a violência autoprovocada entre travestis e mulheres transexuais.
Ano de defesa: | 2022 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19042 |
Resumo: | Um desafio contemporâneo da Saúde Coletiva no Brasil é pensar a saúde ofertada à população LGBT. No rol de pautas está o cuidado em saúde mental, componente fundamental a ser considerado tendo em vista a sobreposição de vulnerabilidades a qual elas estão sujeitas diária e sistematicamente em uma sociedade machista, transfóbica e misógina. Desta forma, o seguinte estudo buscou analisar a prevalência das violências interpessoais e os fatores associados à violência autoprovocada em um conjunto de travestis e mulheres transexuais do Rio de Janeiro e Região Metropolitana. Metodologia: Trata-se de estudo transversal quantitativo realizado no Instituto Nacional de Infectologia da Fundação Oswaldo Cruz, conduzido entre os meses de julho de 2019 e março de 2020, com uma amostra de 139 participantes. As variáveis de interesse deste trabalho foram ideação suicida, tentativa de suicídio e autoabuso. Foram realizadas análises univariadas, onde foram calculadas as prevalências e os respectivos intervalos de confiança a 95%. As análises bivariadas foram realizadas calculando-se as prevalências e as razões de chance ou odds ratio (OR) por meio de modelos de regressão, considerando a significância estatística quando os valores de α fossem inferiores a 0,05 e para as análises múltiplas foi realizada regressão logística chegando ao modelo final usando a técnica stepwise backward. Resultados: A prevalência da ideação suicida entre elas foi de 29%, as tentativas de suicídio ocorreram em 9% das participantes e 7% delas apresentou comportamento autoabusivo. De maneira agrupada, 30% sofreram violência autoprovocada. Evidenciou-se que o status autorreferido de HIV positivo possui relação tanto com a ideação suicida (OR=2,38; IC95%: 1,09–5,21; p-valor=0,030) quanto com a iminência de uma violência autoprovocada (OR=2,28; IC95%: 1,06–4,90; p-valor=0,035), que o abuso emocional possui relação com a tentativa de suicídio (OR=9,00; IC95%: 1,13–71,34; p-valor=0,038) e que a violência psicológica possui relação com o comportamento autoabusivo (OR=11,64; IC95%: 2,35 – 57,5; p-valor=0,003). Conclusão: Percebe-se que tanto fatores físicos, ainda que oriundos de infecções adquiridas, quanto fatores psicoemocionais possuem influência em um desfecho favorável ao comportamento suicida e ao autoabuso. E, neste escopo, a Enfermagem assume protagonismo, tendo em vista que o seu objeto de trabalho é baseado no cuidado individual e coletivo de maneira integral, considerando todos os aspectos biopsicossociais, culturais e espirituais sendo possível planejar, a partir de suas singularidades, um cuidado ampliado. Entretanto, emerge o alerta para que outras investigações sejam realizadas a fim de responder demais lacunas e que novas formas de se produzir políticas públicas intersetoriais e de saúde sejam pensadas visando uma mudança de realidade social dessas mulheres |