Análise de métodos de avaliação de ingestão de proteína em pacientes com doença renal crônica na fase não dialítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Vale, Bárbara Silva do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12721
Resumo: As dificuldades associadas à coleta de urina de 24h e à baixa credibilidade do uso do biomarcador na prática clínica para estimar a ingestão de proteína de pacientes com doença renal crônica (DRC) na fase não-dialítica sinalizam para busca de alternativas acuradas e de ampla acessibilidade para a descrição do consumo de proteína nessa população. Avaliar a acurácia de métodos de inquérito dietético para estimar o consumo de proteína em pacientes de DRC na fase não dialítica e, a concordância desses com o biomarcador de ingestão protéica. Também foi avaliado a concordâncias entre o registro alimentar (RA) e recordatório alimentar de 24 horas (Rec24h). Cento e vinte e dois pacientes com DRC na fase não dialítica, que atenderam aos critérios de elegibilidade, foram submetidos à avaliação antropométrica, laboratorial e, tiveram a ingestão de proteína estimada por três métodos de avaliação do consumo alimentar, sendo estes dois métodos de inquérito dietético e um método de biomarcador. Os métodos de inquéritos alimentares compreenderam 4 dias de RA e 2 dias de Rec24h. Para o biomarcador foi avaliado a excreção de nitrogênio uréico em uma amostra de urina de 24 horas, o qual foi utilizado em equação do equivalente protéico do aparecimento do de nitrogênio uréico (PNA). Na análise estatística dos métodos de inquérito dietético, utilizou-se o PC-Side para estimar a variabilidade da ingestão de proteína, equações para estimar o número de dias necessários para estimativas acuradas da ingestão de proteína em avaliações no nível individual e coletivo. Para avaliar a concordância entre os três métodos de avaliação do consumo de proteína, utilizou-se o Concordance correlation coefficient (CCC) e o gráfico de Bland & Altman. Resultados: Os 4 dias de RA e 2 Rec24h descreveram com acurácia elevada a ingestão de proteína no nível coletivo, sendo respectivamente de 0,85 e 0,73. Para o nível individual, com erro tolerado intermediário de 20% (acurácia de 0,8), foram necessários 6 dias de RA e 5 de Rec24h para avaliação do consumo de proteína. Ao avaliar a concordância entre o PNA com o RA e Rec24h, observou-se CCC reduzido (< 0,3). Da mesma forma, ao avaliar a dispersão individual das diferenças obtidas entre o PNA e RA e Rec24h pelo gráfico de Bland & Altman, notou-se valores amplos de limite de concordância. Por outro lado, valores mais elevados de CCC (>0,4) foram encontrados entre o RA e o Rec24h. O gráfico de Bland & Altman desses dois métodos mostrou menor dispersão. Contudo, essa melhor concordância pode ser decorrente de superestimação da correspondência entre os métodos. Além disso, a concordância reduzida observada entre o PNA e o RA e Rec24h não permitiram afirmar que os métodos de inquéritos dietéticos ofereçam medidas irreais da ingestão de proteína, nem tampouco foi possível afirmar que a medida real é aquela sugerida pelo PNA. Em pacientes com DRC na fase não dialítica, orientada a seguir dieta hipoprotéica, o RA e Rec24h podem ser usados em substituição ao uso PNA como alternativas de baixo custo e de ampla acessibilidade à prática clínica para descrever a ingestão de proteína, desde que sejam definidos o nível da avaliação, o número ideal de dias e a acurácia desejada.