Avaliação do conhecimento e da ingestão de proteína, fósforo e sódio em pacientes com doença renal crônica na fase não dialítica: associação com o distúrbio do metabolismo mineral ósseo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cardoso, érida Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8652
Resumo: Introdução: A dieta restrita em proteínas, fósforo e sódio contribui com melhor perfil clínico e nutricional na doença renal crônica (DRC), e favorece o controle do metabolismo mineral ósseo (MMO). A baixa adesão à dieta pode ser influenciada por aspectos sócio-econômico-demográficos. Alguns estudos avaliaram a ingestão de proteína, fósforo e sódio em pacientes com DRC. Porém, o perfil de conhecimento sobre alimentos fontes desses nutrientes e sua ingestão em associação com os parâmetros do MMO ainda não foi descrita. Objetivos: Avaliar o conhecimento sobre alimentos fontes de proteína, fósforo e sódio e sua ingestão em pacientes com DRC na fase não dialítica, e analisar sua associação com os parâmetros do MMO. Métodos: Foi realizado um estudo observacional transversal com pacientes atendidos no ambulatório multidisciplinar de tratamento de DRC do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). O conhecimento sobre alimentos fontes de proteína, sódio e fósforo foi avaliado por questionário já utilizado em outros estudos realizados nesse ambulatório. A ingestão foi avaliada por registro alimentar de 3 dias (RA3d) e análise em urina de 24 horas (Ur24h); e a avaliação nutricional por antropometria. Os parâmetros laboratoriais de rotina, além de hormônio da paratireóide (PTH) e vitamina D foram analisados no laboratório do HUPE. O fator de crescimento do fibroblasto-23 (FGF23) foi analisado por ELISA com kit comercial. A taxa de filtração glomerular foi estimada (TFGe) pela equação CKD-EPI. Resultados: Foram avaliados 140 pacientes com DRC (63 homens; 45%), idade=64,5±12,3 anos e TFGe=25,5±11,4 ml/min. A maioria vivia em domicílio próprio (81,4%) e com companheiro (54,3%), tinha ensino fundamental (60,7%) e renda <1 salário mínimo (58,6%). Houve prevalência de sobrepeso/obesidade (62,1%; n=87). O conhecimento (% de acertos) de fontes de sódio foi maior comparado ao de proteína e fósforo (79,7±13,9 vs. 62,5±21,4% e 47,6±25,5%, respectivamente. Pacientes com maior conhecimento sobre proteína (>70% acertos) tiveram maior TFGe e menor ácido úrico. A baixa ingestão de energia e lipídeos por RA3d evidenciou subrelato. A Ur24h revelou alta ingestão de proteínas (1,01±0,49 g/kg peso/d) e sódio (3245±2026 mg/d), e baixa de fósforo (492 mg/d; 354-762). A ingestão de proteínas se correlacionou positivamente com a de sódio e fósforo (p<0,05). O hiperparatireoidismo (HPT: PTH&#8805; 65 pg/ml), a insuficiência de vitamina D ([25(OH)D]: <30 ng/ml) e hiperfosfatemia (HPhos &#8805;4,5 mg/dl) tiveram freqüência de 71,3%, 35,4% e 14,7%, respectivamente. O Distúrbio do Metabolismo Mineral Ósseo (DMMO) foi determinado pela presença de pelo menos 2, dentre estas 3 condições, com freqüência de 33,1%. Pacientes com DMMO apresentaram menor hemoglobina sérica e TFGe e maior FGF23 (com DMMO: 53,0±19,4 vs. sem: 65,0±24,4 pg/ml; p=0,03). O DMMO se associou com maior ingestão de proteína (&#8805;1,3 g/kg peso teórico/d), independente de idade, sexo, TFGe e antropometria. Conclusões: O presente estudo evidencia baixo conhecimento de pacientes com DRC sobre alimentos fontes de proteínas e fósforo, e alto de sódio. A ingestão de proteína e sódio é alta, a de fósforo é baixa. A alta ingestão de proteínas se associou com DMMO.