Metáforas do medo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Leal, Morgana de Abreu
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16816
Resumo: O medo é uma emoção primitiva, essencial para a preservação da espécie humana. Tememos a natureza e sua capacidade destrutiva, tememos o sobrenatural e aquilo que a ciência não explica, tememos o outro e sua motivação para fazer o mal e tememos a nossa própria condição humana de deterioração. Mas, mesmo com todos esses medos, mantemos o interesse por obras artísticas que nos causem essa mesma emoção. A literatura do medo é o gênero que reúne as obras literárias que têm como objetivo causar, como efeito de leitura, a emoção do medo. Logo, presume-se que essas obras apresentem uma linguagem característica da emoção tratada. Por isso, sugere-se que a literatura do medo seja a fonte de dados para uma pesquisa sobre as metáforas conceptuais do medo. Partindo de metáforas conceptuais já listadas e discutidas em Kövecses (1990, 2004, 2007), propõe-se analisar as metáforas conceptuais do medo em língua portuguesa, encontradas em três romances (traduzidos) de Stephen King, o Mestre do Terror, de épocas diferentes de seus 50 anos de produção literária: IT (1986), Desespero (1996) e Doutor Sono (2013). Como metodologia para a coleta e interpretação de dados, optou-se pela Análise Sistemática de Metáforas (SCHMITT, 2017), que perpassa sete fases: a identificação do fenômeno alvo, a coleta de metáforas de base cultural, a identificação das metáforas e a síntese de modelos metafóricos, a fase de interpretações, etapas de garantia de confiabilidade e, por fim, a apresentação de resultados. Já para a análise das metáforas, utiliza-se a visão multiníveis da metáfora conceptual (KÖVECSES, 2017). A metáfora conceptual, antes uma projeção entre domínios fonte e alvo, passa a ser vista como uma estrutura hierárquica esquemática de conhecimento, que vai do nível mais esquemático, menos específico (esquemas imagéticos), ao menos esquemático, mais específico (espaços mentais), passando pelos domínios e pelos frames. Na visão multiníveis, o sentido da metáfora conceptual é construído no nível individual, após a ativação dos níveis superordenado, básico e subordinado. O objetivo da pesquisa é, portanto, compreender a emoção do medo em expressões linguísticas, considerando a estrutura esquemática de conhecimento que apoia as metáforas conceptuais encontradas. Foram analisadas, ao todo, 62 ocorrências de metáforas do medo, sob a ótica da visão multiníveis da metáfora conceptual, em onze categorias elencadas por Kövecses (2004, 2007). Comparadas às suas contrapartes em inglês americano, língua original dos excertos, os dados apontam para a universalidade das metáforas conceptuais do medo entre as línguas portuguesa e inglesa