Estudos geoquímicos e bioecológicos dos foraminíferos bentônicos da Ria de Aveiro, Portugal
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7022 |
Resumo: | A Ria de Aveiro é uma laguna costeira localizada a noroeste da costa portuguesa, constituindo uma área bastante impactada por ação antrópica. Apesar das medidas adotadas, diversas indústrias da região são ainda responsáveis pelo despejo de efluentes na laguna. Objetivando a caracterização da qualidade ambiental do sedimento e seus efeitos na população de foraminíferos bentônicos, foram analisados parâmetros físico-químicos, granulométricos, mineralógicos (teores de pirita), geoquímicos (concentrações de Al, As, Cd, Cr, Cu, Pb, S e Zn) e bioquímicos: carbono orgânico total (COT), teores de carboidratos (CHO), lipídeos (LIP), proteínas (PTN) e total de biopolímeros (TBP), além de análises ecotoxicológicas nas carapaças de 53 estações amostrais.O índice de carga poluente (LPI) foi usado para identificar as zonas mais poluídas por metais considerados tóxicos (As, Cd, Cr, Cu, Pb e Zn). A concentração de biopolímeros permitiu classificar a Ria de Aveiro como ambiente meso-oligotrófico a eutróficos. As concentrações de COT, TBT, LIP, PTN e CHO, assim como a concentração de elementos traço atingiram teores máximos nos locais de baixa hidrodinâmica e em zonas de maior influência antrópica. As áreas eutróficas localizam-se a norte do Canal de Ovar, Largo da Coroa (maiores concentrações de Zn), Largo do Laranjo (altas concentrações de As), Cidade de Aveiro (valores mais elevados de Pb e Cu) e zonas portuárias (aumento dos teores de Cu). As espécies de foraminíferos dominantes e constantes em todos os locais estudados foram Ammonia tepida e Haynesina germanica. Os resultados apresentados não discriminam grupos em função da qualidade da matéria orgânica (biopolímeros), já que esses estão principalmente associados à quantidade de COT. Entretanto, nos locais mais eutrofizados, onde são registrados os teores mais elevados de elementos traço tóxicos, as associações de foraminíferos são constituídas, sobretudo por espécies oportunistas como A. tepida, Ammonia parkinsoniana e Cribroelphidium excavatum. Estas espécies parecem ser tolerantes a outras variáveis ambientais causadoras de estresse, como baixa oxigenação do sedimento e variações significativas de salinidade. Nas zonas mais impactadas a densidade de foraminíferos reduz assim como a sua diversidade. Para as análises ecotoxicológicas, de concentração de metais na carapaça, foi escolhida A. tepida por seu potencial para biomonitoramentos. As análises indicaram acumulação de elementos traço nas testas. Pode-se constatar que a hidrodinâmica associada ao tipo de alimento são os fatores que promovem uma bioacumulação e como consequência uma biomagnificação. A presença de anomalias nas testas nem sempre estiveram vinculadas à poluição por metais. Esse estudo também demonstrou que não existe uma proporção direta dos níveis de concentração de metais pesados no sedimento com as concentrações encontradas nas carapaças de foraminíferos. As análises de concentração de metais pesados nas carapaças das assembleias de foraminíferos demonstraram ser eficientes ferramentas na caracterização e monitoramento ambiental |