Avaliação do efeito da perda ponderal sobre a função endotelial e rigidez arterial em indivíduos com obesidade e apneia obstrutiva do sono
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22517 |
Resumo: | A obesidade é uma doença crônica sendo um dos problemas de saúde pública mais evidentes e negligenciados. A obesidade e a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) podem ter efeitos sinérgicos na patogênese ou progressão das doenças cardiovasculares. Apesar da perda de peso induzida pelo balanço energético negativo estar associada com a melhora de parâmetros metabólicos, inflamatórios e vasculares, ainda não se sabe se esses efeitos variam de acordo com a presença e/ou gravidade da AOS. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito da perda ponderal através de intervenção nutricional na função vascular, tônus simpático, biomarcadores metabólicos e inflamatórios em indivíduos com obesidade e AOS. Participantes de ambos os sexos, com idade entre 40 e 70 anos e índice de massa corporal (IMC) ≥ 30 e < 40 kg/m² foram acompanhados e instruídos a seguir dieta hipocalórica (-800 kcal/dia) por 16 semanas. Antes e após a intervenção, os participantes foram submetidos à avaliação clínica, nutricional (antropometria e bioimpedância), bioquímica, estudo do sono, sistema autonômico, vascular estrutural e funcional. O estudo do sono foi realizado através do aparelho de polissonografia domiciliar (Watch-PAT 200®) e foi aplicado o questionário de Epworth. A avaliação do sistema autonômico foi feita por meio de um medidor de frequência cardíaca (Polar® RS800), a função endotelial foi avaliada pela reatividade microvascular e pela dilatação mediada por fluxo na arterial braquial. A análise oscilométrica das ondas de pulso e de rigidez arterial através do Mobil-O-Graph® e a medida da espessura médio-intimal da carótida foi avaliada com aparelho de ultrassonografia. A ingestão alimentar foi avaliada utilizando um questionário de frequência alimentar. Incialmente 86 indivíduos foram selecionados e 76 foram incluídos e divididos em dois grupos, com base no índice de apneia-hipopneia (IAH): grupo AOS leve-ausente (LA; n=30), IAH <15 eventos/h, e grupo AOS moderada-grave (MG; n=46), IAH ≥ 15 eventos/h. Na análise transversal, a média de idade foi de 52±8 anos, IMC de 34,1±2,7 kg/m2 e IAH de 22±16 eventos/h, sendo 75% do sexo feminino. Em relação aos dados basais, foi encontrada correlação positiva do IAH com a velocidade de onda de pulso (r= 0,261; p= 0,024) e com a razão LF/HF (r= 0,396; p <0,001). Concluíram as primeiras 8 semanas de intervenção nutricional 70 participantes e observou-se que ambos os grupos reduziram a pressão arterial (PA), IMC, gordura corporal e frequência cardíaca (FC). Além disso, o grupo com AOS LA apresentou melhora dos parâmetros vasculares. Após 16 semanas, 60 participantes completaram o período de restrição calórica com perda de peso similar (-5,0 (-5,2 ‒ -1,7) vs -3,2 (-6,3 ‒ -1,7) %, p= 0,532). Os grupos apresentaram redução da PA e da composição corporal, e uma melhora da resistência à insulina e inflamatória. E o grupo com AOS MG apresentou uma melhora da qualidade e dos índices do sono, função endotelial, PA central e vascular. Em conclusão, indivíduos com obesidade e AOS MG precisaram de mais tempo maior de intervenção nutricional para obter mais benefícios na qualidade do sono e funções vasculares do que aqueles com AOS LA |