Síndrome da apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono em crianças: um estudo do perfil clínico e dos índices respiratórios polissonográficos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Ramos, Regina Terse Trindade
Orientador(a): Andrade Filho, Antônio de Souza, Souza, Leda Solano de Freitas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34657
Resumo: A Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS) vem sendo muito estudada em adultos; em crianças, entretanto, trata-se de uma condição séria que tem sido. subdiagnosticada, a despeito de uma prevalência estimada de 1-2 por cento. A SAHOS causa significativa morbidade e pode se associar a um pobre crescimento, alterações neurocognitivas e comportamentais além de complicações cardiovasculares. Sabe-se que a história clínica do paciente não é suficiente para estabelecer o diagnóstico definitivo de SAHOS, sendo a polissonografia durante toda a noite o método definitivo para estabelecimento do diagnóstico. Adenoidectomia e tonsilectomia são atualmente o tratamento fundamental da SAHOS na infância. Justifica-se este estudo pelo desconhecimento do problema na população de Salvador e pelá contribuição que possivelmente dará no sentido de facilitar o reconhecimento de SAHOS pelo pediatra e revisar os critérios para indicação de estudospolissonográficos com base nos dados locais. Descrever as características clínicas e dos índices respiratórios polissonográficos de uma população de crianças com SAHOS. DESENHO DO ESTUDO: série de casos. Foram estudadas 93 crianças entre 2 a 10 anos de idade com diagnóstico polissonográfico de SAHOS, encaminhadas aos laboratórios de sono do Hospital Português, no período de janeiro de 2002 a julho de 2003. Avaliou-se idade, gênero, raça, relação peso/altura, cefaléia matinal, ronco, sono agitado, respiração dificil ao dormir, obstrução nasal noturna, comportamento diurno, desempenho escolar, história familiar de ronco e tabagismo,doenças concomitantes, medicações em uso, enurese, índice de apnéia-hipopnéia, dessaturação da oxihemoglobina e índice de microdespertar. Os pacientes foram divididos em subgrupos de acordo com a faixa etária, avaliação nutricional e gravidade da SAHOS. 61,3 por cento das crianças eram do gênero masculino. A idade variou de 2 a 10 anos com média de 5,2 ± 2,1 anos. Dos pacientes estudados 76,3 por cento eram ré-escolares, 1 8,3 por cento escolares e 5,4 por cento eram adolescentes. 85 por cento da população era composta de mulatos e negros. As queixas que mais motivaram a realização do exame foram roncos em 24,7 por cento e sono inquieto em 24,7 por cento. As condições médicas associadas mais frequentemente relatadas foram rinite alérgica (98,9 por cento), hipertrofia de adenóides (50,6 por cento), a (33,4 por cento) e hipertrofia de amígdalas (31,3 por cento). Quanto ao peso encontramos 7,5 por cento dos eutróficos, 12,9 por cento com sobrepeso e 17,2 por cento obesos. O IAH variou de 1 a 34,6 eventos/hora de sono, sendo que 66% apresentavam apnéia leve, 14 por cento apnéia moderada e 5(VL grave. A saturação mínima de 02 variou de 79 por cento a 97 por cento com média de 89,06 ± 3,55 e o número de microdespertares variou de 0,1 a 47/hora com média de 8,4 ± 3,5 (mediana: 8,0).Baseando-se nos dados apresentados, as crianças do nosso estudo apresentaram na sua maioria SAHOS de leve intensidade com mínima dessaturação da oxihemoglobina. Os resultados chamam atenção para a suspeita clínica de SAHOS em crianças com doenças alérgicas e hipertrofia adenotonsilar, que apresentem queixas de ronco e sono inquieto.