Os “Guetos” ocupacionais no Brasil: uma análise da segregação ocupacional por gênero e raça entre os anos de 1976 e 2015

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Siqueira, Natália Leão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19785
Resumo: A presente pesquisa pertence aos campos de trabalho sobre Segregação Ocupacional e Interseccionalidade. É composta por um quadro de análises empíricas que encadeiam a segregação ocupacional por gênero e raça a teoria feminista e/ou interseccional no Brasil. A teoria interseccional é utilizada como meio explicativo das medidas de segregação ocupacional encontradas. Para esta investigação, utilizamos os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), dos anos de 1976, 1986, 1996, 2006, 2014 e 2015. Os dados foram corrigidos conforme a amostra de 1976 para que fosse possível uma comparação ao longo do tempo. Iniciamos a discussão com um diagnóstico da teoria feminista sobre mercado de trabalho, desde seus primórdios. Seguidos de uma exploração descritiva dos dados, demarcando suas continuidades e diferenças e apresentando os desafios e as adequações necessárias para uma análise ao longo do tempo. Posteriormente, com o uso de um novo índice de segregação que nos proporcionou medir o hiato ocupacional por gênero e raça de maneira mais detalhada e apresentar discussões já consolidadas na área da segregação ocupacional, em conjunção as teorias da interseccionalidade, mostramos a forma como esses campos de análise conversam e se intercruzam. Por fim, com o uso de dois indicadores modernos de segregação, focamos o estudo no grande grupo ocupacional dos profissionais. De modo a averiguar se o padrão de segregação do mercado de trabalho como um todo se mantinha, olhamos de forma mais fragmentada para cada uma das ocupações deste grupo. Estudos e teorias brasileiras sobre profissionais com maiores qualificações, considerando as imbricações de gênero e raça, nos serviram como base argumentativa de discussão. Os resultados da tese demonstraram que mulheres e negros apresentam desvantagens no que tange a alocação dentro do mercado de tralhado, ao compararmos aos homens brancos. Ao considerarmos todas as ocupações existentes no mercado de trabalho, o demarcador de gênero tem maior impacto sobre a segregação, entretanto, quando filtramos apenas o grupo dos trabalhadores profissionais, esse padrão se inverteu: os grupos raciais apresentaram maiores desvantagens, mesmo controlando por todos os fatores anteriores à entrada no mercado de trabalho. Os achados também evidenciam que houve uma considerável queda da segregação ocupacional por gênero e raça ao longo dos 40 anos analisados, tornando a distribuição dos indivíduos mais equânime. Apesar de apresentar uma tendência de estagnação do processo de avanço igualitário em relação as desigualdades de gênero e raça nas ocupações do mundo laboral.