Formação sociohistórica do subdistrito de Guarus em Campos dos Goytacazes - RJ: um processo de segregação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Alvarenga, Flávia Ribeiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22541
http://dx.doi.org/10.22409/PPGDAP.2020.m.13318782769
Resumo: A questão urbana na cidade de Campos dos Goytacazes revela um cenário de exclusão, principalmente nos bairros periféricos que abrigam, em sua maioria, as camadas de menor renda, revelando a existência da segregação, tema que possui abordagens diversas e polissêmicas. Este trabalho se afilia à concepção que a considera um processo no qual diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada vez mais em diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros de determinada área, sendo uma forma de exclusão e dominação social, que tem uma dimensão espacial. O objetivo desta dissertação foi analisar a segregação existente, em Campos dos Goytacazes, nos bairros que compõem o subdistrito de Guarus, que teve sua expansão populacional na década de 1970 com a quebra do sistema sucroalcooleiro da cidade e foi muito procurado como moradia pelas pessoas que não podiam pagar por habitações mais próximas ao centro. A área estudada possui população de 130.467 pessoas, dividida entre seus 25 bairros oficiais e pelo menos outros 10 ainda não registrados pelo IBGE, e é habitada principalmente por famílias da classe trabalhadora campista. Para o alcance do objetivo proposto, foi realizado, como procedimento metodológico, estudo de caso que contou com dados de pesquisa em fontes secundárias, pesquisa documental, observações diretas além de pesquisas cartográfica e hemerográfica. Os resultados apontam para a distribuição desigual de renda, baixos índices de escolaridade, dificuldade de acesso e mobilidade, com a preponderância da segregação de classe e raça. A segregação racial no terceiro subdistrito possui destaque entre as demais formas que a segregação se manifesta, concentrando um número considerável de pessoas pretas e pardas de todo o município, o que revela que as distinções feitas entre os habitantes possuem forte ligação com o racismo estrutural. No espaço urbano são reproduzidas relações sociais que impedem que o acesso a direitos seja igualitário, tornando-se evidente que a segregação e as desigualdade por ela impostas estão ligadas a questões raciais e de classes sociais