Quando a casa vira parque: explorando memórias de lugar através de histórias de vida de idosos residentes na Serra de Piabas – Parque Estadual da Pedra Branca/RJ
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Geografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23191 |
Resumo: | Nesta tese de doutorado, tenho como objetivo principal compreender as múltiplas relações estabelecidas entre memória e lugar através da interpretação de histórias de vida narradas por idosos residentes na Serra de Piabas, localidade situada dentro dos limites do Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB), uma Unidade de Conservação de Proteção Integral que abrange uma parcela significativa do Maciço da Pedra Branca, na zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Procuro investigar como as transformações espaciais ocorridas na localidade ao longo do século XX, em especial, o avanço de formas de ocupação tipicamente urbanas e a criação do PEPB, atuaram na reconfiguração das relações tecidas no lugar, tomando as memórias evocadas nas histórias de vida narradas pelos idosos como elemento central na edificação de sentidos de lugar. Do ponto de vista metodológico-analítico, considero as histórias de vida como fonte para investigação de experiências passadas, tratando-se, mais do que narrativas situadas em um tempo histórico, no resgate da memória introjetada nos lugares vividos, revelando a geograficidade destes sujeitos e a construção de suas identidades edificadas e comunicadas nesta relação indissociável com o lugar O processo de transição da Serra de Piabas em PEPB, promoveu rupturas com as formas de habitar localmente realizadas, levando a um processo de reelaboração das identidades baseadas na relação com o lugar, bem como das próprias identidades do lugar. Para além de expressar uma dimensão afetiva, as noções de memória e lugar são acionadas nos discursos que emergem de suas narrativas como justificativa da defesa de seu direito de permanência no âmbito do PEPB. Neste sentido, memória e lugar são mobilizados enquanto ferramentas políticas destes sujeitos, revelando estratégias cotidianas de resistência, fundamentadas na busca de seu ocultamento e invisibilidade frente aos órgãos gestores como base das relações tecidas no e com o lugar. Portanto, sustento a tese da construção de um profundo sentido de enraizamento e apego ao lugar, alicerçado na evocação de memórias que articulam experiencias passadas como estratégia político-afetiva na constante negociação destes sujeitos quanto ao seu direito de permanecer e existir no parque. |