A prosa de ficção decadente brasileira e francesa (1884-1924): uma poética negativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Daniel Augusto Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6261
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar como as ficções decadentes brasileira e francesa se estruturaram em nível temático, discursivo e narrativo. Pretende-se, ainda, engendrar modelos teóricos capazes de identificar e de explicar uma produção artística que, em seu conjunto, foi pouco sistematizada pelos estudos literários. O corpus ficcional de análise é composto por narrativas decadentes brasileiras e francesas, que datam do final do século XIX até meados do XX, mais especificamente do período entre 1884 e 1924. Parte-se da hipótese de que a ficção decadente se constituiu como uma poética negativa dedicada a tematizar a degradação humana, conjugando uma visão de mundo pessimista com determinados procedimentos técnicos, com o intuito de gerar efeitos de recepção como o medo e a repulsa. Sustenta-se, ainda, que a decadência literária produziu obras ficcionais estruturalmente bastante semelhantes, tanto em suas configurações narrativas quanto em seus temas, independente da literatura nacional à qual se associou. Inicialmente, a partir dos estudos de Jean Pierrot, Séverine Jouve, Marquèze-Pouey e Jean de Palacio sobre a decadência literária, apresentam-se algumas definições sobre os principais temas e ideais que estruturam esta ficção, bem como sua linguagem típica e a sua recepção crítica e historiográfica na França e no Brasil. Em seguida, propõe-se uma análise narratológica da ficção decadente, com base nos trabalhos de Gérard Genette, Mieke Bal e Filipe Furtado. Nessa seção, abordam-se os personagens, os enredos, os espaços, os tempos narrativos e os modos de narrar característicos dessa forma literária. Por fim, empreende-se uma investigação sobre as monstruosidades típicas dos textos decadentes, tendo como base teórica o ensaio O Monstro , de J.-K. Huysmans e os modelos de Noël Carroll sobre o Horror artístico. Como demonstração ficcional de tais monstros, apresenta-se uma breve análise dos romances À Rebours (1884) e En rade (1887), ambos de J.-K. Huysmans, bem como Dança do Fogo: o Homem que não queria ser Deus (1922) e Kyrmah: Sereia do vício moderno (1924), de Raul de Polillo