Relação entre apneia obstrutiva do sono moderada à grave com disfunção metabólica sem influência nos níveis pressóricos em indivíduos obesos hipertensos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Bartholo, Patricia Paiva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8668
Resumo: Diversas evidências clínicas e experimentais sugerem que a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) está relacionada ao desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica independentemente da obesidade. Evidências sugerem também que possa contribuir para o desenvolvimento de lesões de órgão-alvo e de aceleração do processo de aterosclerose nos pacientes hipertensos. O objetivo do presente estudo é identificar diferenças nos níveis de pressão arterial e nas alterações metabólicas em pacientes obesos e hipertensos com e sem AOS moderada à grave. Indivíduos obesos previamente hipertensos foram avaliados e, baseado no índice apneia-hipopneia (IAH) obtido em um exame domiciliar utilizando o equipamento portátil Watch-PAT200, divididos nos grupos AOS ausente/leve (AL, com AIH<15/h) e AOS moderada/grave (MG, com AIH&#8805;15/h). Todos os participantes foram submetidos a exames laboratoriais, avaliação antropométrica, da PA braquial, PA central através da tonometria de aplanação com SphygmoCor, e monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) de 24 horas. A amostra total foi de 56 pacientes, sendo 32 (57%) no grupo AL (IAH=8,1±4,2/h) e 24 (43%) com AOS-MG (AIH=36,2±20,4/h). Os grupos foram homogêneos em relação ao índice de massa corporal (34,8±3,5 vs 34,5±3,3 kg/m2, p=0,749) e à circunferência abdominal (110±11 vs 112±9 cm, p=0,564). A idade (47±8 vs 54±8 anos, p=0,004) e a circunferência de pescoço (40,2±3,3 vs 42,7±4,5 cm, p=0,024) foram significativamente maiores no grupo AOS-MG. Houve diferença significativa na avaliação do HDL-colesterol (51±14 vs 44±9 mg/dl, p=0,033) e dos triglicerídeos (129±62 vs 173±95 mg/dl, p=0,049). A PA braquial sistólica (129±15 vs 134±18mmHg, p=0,240), diastólica (80±12 vs 84±12mmHg, p=0,290) e a PA sistólica aórtica (121±15 vs 124±18 mmHg, p=0,500) foram pouco maiores nos pacientes com AOS-MG, mas sem significância estatística. Na avaliação pela MAPA, as médias de 24h da PA sistólica (127±12 vs 129±20 mmHg, p=0,653) e diastólica (76±12 vs 77±13 mmHg, p=0,666) foram semelhantes nos dois grupos, também sem diferenças nos períodos de vigília e noturno. Pode-se concluir que, nesta amostra de indivíduos obesos hipertensos, a AOS moderada à grave não demonstrou relação direta com os níveis pressóricos, mas foi associada com um desequilíbrio metabólico, o que pode resultar em maior risco cardiovascular nestes pacientes.