O negro na construção da identidade nacional: auto e heteroimagens no romance abolicionista cubano e brasileiro
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6146 |
Resumo: | O presente trabalho propôs analisar a imagem do sujeito afrodescendente em quatro romances abolicionistas do século XIX, dois cubanos e dois brasileiros: El negro Francisco, Cecilia Valdés o la loma del Ángel, A escrava Isaura e O mulato. Nosso principal objetivo foi examinar como a imagem do negro foi apropriada e instrumentalizada por esses autores a fim de obter mudanças em suas sociedades. Ademais, buscamos, por meio da análise comparativa, evidenciar como o afrodescendente e sua cultura foram excluídos do projeto de nação cubano como também do brasileiro. Para entender como e por que ocorreu a apropriação e a distorção da imagem do negro e do mulato pelos escritores brancos cubanos e brasileiros, apresentamos as principais teorias sobre a construção de auto e heteroestereótipos, e apontamos para a relevância da criação dos mesmos no contexto colonial. Logo, expusemos o contexto histórico da escravidão e da abolição em Cuba e no Brasil, e esboçamos a trajetória do negro na literatura desses países. Finalmente dedicamo-nos à análise das obras, individualmente. No último capítulo, expusemos, de forma sintética e comparativa, os resultados das questões que conduziram o presente trabalho, tais como: Qual foi o papel atribuído, pelos escritores brancos, ao afrodescendente na construção da nação? Quais imagens dos brancos e dos negros foram criadas nessas obras? Como se posicionou o autor em relação à abolição e à mestiçagem? Que importância tiveram os discursos raciais no imaginário coletivo do século XIX cubano e brasileiro? Chegamos à conclusão de que a imagem do negro e do mulato foi utilizada no romance abolicionista para projetar o futuro da nação, da qual o afrodescendente só poderia fazer parte adotando a cultura e a cor branca, ou seja, submetendo-se a um processo de branqueamento físico e cultural. A narrativa abolicionista, ainda que aparentemente defendesse o negro, contribuiu, na realidade, para a fixação e perpetuação de estereótipos raciais que eternizaram o negro na esfera marginal da sociedade e, ao mesmo tempo, consolidaram o poder nas mãos dos brancos |