Investigação fenotípica e molecular de carbapenemases em Serratia spp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Felício, Ingrid Macedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22503
Resumo: Serratia spp., comumente associado a infecções relacionadas à assistência em saúde, é capaz de carrear uma variedade de genes que conferem resistência aos antimicrobianos, representando um importante desafio em relação a escolha da terapêutica adequada. O objetivo desse estudo foi identificar as espécies de Serratia spp., a presença de genes associados a resistência aos carbapenêmicos e avaliar a relação de similaridade entre as amostras. Foram analisadas 103 amostras isoladas de pacientes assistidos em um hospital universitário, entre 2002 e 2020. A identificação fenotípica foi realizada por provas bioquímicas, por espectrometria de massa e pelo sistema automatizado VITEK® 2. Além disso, foram pesquisados biomarcadores espécie-específicos pela análise dos espectros de massa. O perfil de sensibilidade aos antimicrobianos foi determinado por disco-difusão. A detecção de genes codificadores de enzimas com atividade de carbapenemases (blaKPC, blaGES, blaNDM e blaOXA-48) foi realizada por PCR. A similaridade entre as amostras foi estudada a partir da observação dos agrupamentos representados graficamente em dendrograma e árvore filoproteômica. Todas as amostras foram identificadas como   Serratia marcescens pelos testes bioquímicos. Os resultados obtidos pelo MALDI TOF mostraram que todas as amostras foram caracterizadas em gênero, 62 (60,1%) foram identificadas como S. marcescens e 12 (11,6%) como Serratia ureilytica. A análise de    S. ureilytica pelo VITEK® 2 identificou as amostras como S. marcescens com alto percentual de confiança. Para avaliação dos biomarcadores da espécie S. marcescens, foram utilizadas as amostras (n=62) que exibiram score ≥ 2.00, indicando 24 picos específicos. Também foram selecionadas as amostras identificadas como S. ureilytica com score ≥ 2.00, e foi possível constatar a presença de 48 picos espécie-específico. Os picos encontrados apresentaram baixa intensidade. Altas taxas de resistência foram observadas para os aminoglicosídeos (n=41;39,7%), aztreonam (n=36;34,9%) e sulfametoxazol-trimetoprim (n=27;26,2%). Cerca de 1/3 das amostras foram multirresistentes. Em relação aos carbapenêmicos foi observada uma baixa taxa de resistência que variou de 1,9% a 15,5%. Apenas três (2,8%) amostras apresentaram produtos de amplificação compatíveis com o gene blaKPC, além de uma outra amostra que apresentou blaNDM. Não foi detectada a carbapenemase GES-16, enzima que teve sua primeira descrição em 2005 no mesmo hospital do estudo e cujo gene localizava-se em um plasmídeo não-conjugativo, podendo justificar a não disseminação no hospital do estudo. Os dados sugerem a importância de pesquisar outros mecanismos associados à resistência a carbapenêmicos. Os agrupamentos baseados nos espectros de massa apresentaram alta similaridade entre as amostras, e a árvore filoproteômica não mostrou discriminação entre  S. marcescens e S. ureilytica, indicando uma grande proximidade entre elas. A identificação de S. ureilytica exclusivamente pelo MALDI TOF, em oposição às outras metodologias empregadas, chama a atenção para a dificuldade de identificação entre espécies com espectros proteicos muito próximos, sugerindo nesse caso o emprego do sequenciamento do genoma completo