Serratia marcescens resistente a carbapenêmicos: epidemiologia, avaliação genotípica e fenotípica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Melo, Gladys Villas Bôas do Prado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-03072020-164232/
Resumo: Serratia marcescens é um agente oportunista, mais frequentemente associado a infecção hospitalar. Tem elevada capacidade de adaptação ao meio e de adquirir resistência aos antimicrobianos. Este estudo é uma coorte retrospectiva de pacientes colonizados ou infectados por Serratia marcescens resistente a carbapenêmicos (SmRc) entre os anos 2010 e 2013, internados no Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo (ICHC-FMUSP). Foi feito o levantamento dos dados epidemiológicos através da revisão de prontuários e análise de isolados disponíveis em banco de cepas. Foram avaliados fatores de risco para infecção e perfil de sensibilidade por microdiluição em caldo. Também investigamos mecanismos de resistência através de PCR, PFGE e Sequenciamento completo do genoma. Sessenta e três pacientes foram incluídos, 43 colonizados e 20 com infecção, incluindo 12 de corrente sanguínea. Uso de polimixina, insuficiência renal e uso de cateter nos 30 dias que antecederam o isolamento da S. marcescens resistente a carbapenêmicos e transplante de células-tronco hematopoiéticas foram correlacionados à infecção na análise bivariada e uso de polimixina foi o único que se manteve na análise multivariada. Quarenta e dois isolados foram analisados, de 35 pacientes e 3 amostras ambientais. O teste de CIM revelou 4 isolados sensíveis aos carbapenêmicos, 42% de sensibilidade a amicacina e 27% de sensibilidade a tigeciclina. Vinte e cinco dos 42 isolados portavam blaKPC-2, que foi a carbapenemase mais frequente. Um isolado carregava blaNDM. O resultado do PFGE indica que há um clone predominante, ao qual pertencem 71% dos isolados. O mesmo perfil foi também encontrado no ambiente. Concluímos que o uso prévio de polimixina como fator de risco independente para infecção por Serratia marcescens resistente a carbapenêm reforça a necessidade de políticas de uso racional de antimicrobianos. A elevada clonalidade entre as amostras foi uma forte evidência de transmissão cruzada. A presença da blaKPC-2, blaNDM e de plasmídeos espectro amplo confirmam a capacidade de aquisição de genes de resisstência interespécies. A Serratia marcescens é uma espécie pouco estudada e acreditamos que conseguimos acrescentar conhecimento sobre esse patógeno que constitui uma ameaça constante no cuidado de pacientes críticos