Bacteriúria em crianças com mielomeningocele: etiologia segundo idade e sexo e tendência no perfil de susceptibilidade antimicrobiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gomes, Aline Ester Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18842
Resumo: Crianças com mielomeningocele (MMC) frequentemente apresentam anormalidade no funcionamento vesical, conhecida como bexiga neurogênica (BN). O funcionamento vesical e esfincteriano descoordenado e a prática de cateterismo intermitente favorecem a colonização e infecção do trato urinário nesses pacientes. O conhecimento do perfil microbiológico urinário de crianças com MMC são escassos, apesar de sua importância epidemiológica. Os objetivos do estudo foram analisar a evolução da frequência e da resistência aos antimicrobianos dentre uropatógenos de crianças com MMC atendidas em um centro de reabilitação do Rio de Janeiro entre os anos 2010 e 2017. Foram incluídos no estudo 943 amostras de urina de 409 crianças entre zero e 15 anos de idade, coletadas pela técnica asséptica de cateterismo vesical. As amostras foram semeadas nos meios de Columbia e MacConkey. A identificação bacteriana e antibiograma dos organismos com contagem de colônias superior a 104 UFC/mL foram realizados no Vitek 2 Compact. Houve crescimento microbiano em 693 culturas (73,5%). Maior positividade foi encontrada entre meninas (83,5% versus 64,2%; p<0,001). A frequência das culturas positivas é diretamente proporcional a idade. Foram isoladas 842 amostras de microrganismos, sendo os mais frequentes Escherichia coli (55,8%), Klebsiella pneumoniae (14,3%), Enterococcus faecalis (9,9%) e Proteus mirabilis (4,9%). As meninas apresentaram maior frequência de E. coli que pacientes do sexo masculino (65,2% versus 43,9%; p<0,001). Foram observados elevados percentuais de resistência à ampicilina (56,3%), cefalotina (46,1%), ácido nalidíxico (28,3%), levofloxacino (29,9%) e sulfametoxazol-trimetoprima (38,0%) entre as amostras de E.coli. A resistência acumulada entre as amostras de E. coli dos meninos foi superior às das meninas (p=0,04). Foi observada tendência de aumento da resistência em acompanhamento à idade para amoxicilina-ácido clavulânico (p=0,02), cefuroxima (p<0,01), ceftriaxona (p=0,05), ácido nalidíxico (p<0,01), ciprofloxacino (p<0,01), levofloxacino (p=0,02) e norfloxacino (p<0,01). Não foi observada tendência de na resistência a nenhuma classe antimicrobiana. O fenótipo ESBL foi detectado em 5,2% das amostras de E. coli e em 2,6% de K. pneumoniae. Não foi observada diferença entre frequência de E. coli produtora de ESBL entre meninos e meninas nem tendência de aumento ou redução deste fenótipo. 21,7% das amostras de Enterobacteriaceae foram classificadas como multirresistentes (MR) e 28,5% das amostras de E. coli foram MR. Não foi observada diferença entre frequência de E. coli MR devido ao sexo. Tendência de aumento de MR em relação à idade foi encontrada entre os meninos (p=0,03).