Escravizados, mas não silenciados – um estudo sobre as narrativas de si de Mahommah Baquaqua e Juan Francisco Manzano
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20316 |
Resumo: | Os séculos XVIII e XIX são palco para uma variedade de discursos que tentam definir tanto fundamentos teóricos quanto as experiências humanas e o próprio ser humano. Enquanto a Europa colhia os frutos de sua bem-sucedida empreitada imperialista e da disseminação de sua produção impressa, milhares de mulheres, homens e seus descendentes cruzavam as águas do Atlântico, sequestradas de diversas partes do continente africano, e chegavam ao frio Novo Mundo como mercadorias vivas. Mesmo objetificadas e dispersas em espaços marginalizados, suas experiências também começam a transformar o modo como o mundo era lido até então. Pode-se dizer que autores africanos e seus descendentes já vinham ressignificando suas experiências e denunciando/desconstruindo a violência ou cegueira epistemológica, como pontua Maria Lugones, nas Américas escravocratas. Autores como os africanos Olaudah Equiano e Mahommah Gardo Baquaqua, afro-americanos como Frederick Douglas e Harriet Jacob e o afrocubano Juan Francisco Manzano, entre outros, fizeram da narração de si uma oportunidade de releitura e registro de “experiências invisibilizadas, silenciadas ou construídas como um Outro da modernidade ocidental” (ADELMAN, 2007, p. 394). Sendo assim, este estudo objetiva investigar as narrativas de si de Juan Francisco Manzano e Mahommah Gardo Baquaqua e a complexidade de suas experiências, ora subalternizadas, rasuradas e silenciadas, ora subversivas e combativas representadas por discursos heterogêneos, e muitas lacunas – que gritam. Interessa-me analisar estas construções discursivas e investigar como a escravidão e os sujeitos escravizados são (auto)representados e recolocados nestas escritas. Mas, sobretudo, é objetivo deste trabalho contribuir para o resgate e visibilidade destas vozes como parte de novas genealogias do pensamento |