Processamento inferencial: um dos caminhos na leitura de memes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Teixeira, Zilda da Silva Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17007
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo analisar como se dá o processamento inferencial na leitura de memes. Um estudo de cunho semântico-discursivo que seguiu as orientações constantes da Linguística Textual e da Análise do Discurso, sob a perspectiva da visão sociointeracionista da língua. O que intentou o tema da pesquisa foi o fato de o objeto de estudo estar em voga e não ter sido ainda pesquisado e investigado em sua totalidade. Essa nova forma de comunicação vem funcionando como ícones culturais que são disseminados através do meio digital, além de registrar e perpetuar informações e comportamentos. A fim de analisá-lo mais profundamente, foram pesquisadas características intrínsecas ao gênero, assim como o histórico e processos de compreensão em sua leitura. Julgou-se que perceber de que forma os discentes – inseridos em realidades e faixas etárias distintas – realizam as inferências na leitura dos memes, traria ainda mais relevância à pesquisa. Buscou-se, para embasar os estudos sobre o processamento inferencial, teorias relativas ao conceito de leitura, inferência, intertextualidade e interdiscursividade, pois acreditou-se que esses são elementos fundamentais no estudo da construção de sentidos. A fim de atingir os objetivos traçados e constatar algumas hipóteses, a pesquisa foi baseada em autores como Marcuschi (1999, 2004, 2008), Bakhtin (1997), Rojo (2015), Koch (2008, 2012), entre outros. Os estudos sobre texto e leitura de Antunes (2009), Kleiman (2000), Coscarelli (2002, 2003, 2010, 2016) também foram importantes contribuições neste trabalho. Dawkins (1976) e Blackmore (2019) e suas pesquisas sobre memes representaram referência fundamental e tão essencial a esta pesquisa. Para a composição do corpus, foram escolhidos cinco memes – retirados de sites variados – que ilustram situações diversas do cotidiano. Eles circularam entre os anos de 2016 e 2018 e versam sobre notícias que foram muito veiculadas devido ao seu caráter de larga abrangência tanto no estado do Rio de Janeiro, quanto no Brasil. Além de serem analisados mais profundamente de acordo com o aporte teórico utilizado, uma atividade contendo os cinco foi aplicada em três turmas – 8º ano do Ensino Fundamental, 1º ano do Ensino Médio e 5º período da Graduação – com características bastante distintas. Concluiu-se, com base nas análises, que a leitura dos memes não é tão fácil como parece. Esse gênero, apesar de ser de humor e aparentemente ingênuo, carrega em si diálogos que exigem do leitor uma proficiência leitora em que o conhecimento prévio possui fundamental importância. Relacionar as linguagens verbal e verbo-visual na leitura dos memes representa também um fator que dificulta bastante a sua compreensão. As inferências pragmático-culturais, que são baseadas em seus conhecimentos e suas experiências individuais e coletivas, representam papel fundamental para a compreensão desse gênero. Além do mais, em que circunstâncias eles são propagados como o contexto sócio-cultural, por quais comunidades virtuais viaja, por qual período de tempo e nível de interesse dirão o grau de sua relevância