A construção do dispositivo da transexualidade: saberes, tessituras e singularidades nas experiências trans

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Santos, Maria de Fatima Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4806
Resumo: Este estudo tem como objetivo analisar a construção do dispositivo da transexualidade nas práticas de saúde. Tomando como referência a definição e discussão de dispositivo no pensamento de Michel Foucault, a preocupação central reside em compreender como a transexualidade, ao longo do século XX, transformou-se em uma patologia a partir de um conjunto de saberes e práticas de poder que constituíram a elaboração do diagnóstico de transtorno de identidade de gênero , assim como a concepção normativa da noção de transexual verdadeiro . Ao mesmo tempo destaca-se que no âmbito do próprio dispositivo, negociações e, principalmente, subversões da norma apresentam-se como possibilidades de resistências. A partir de uma pesquisa empírica que consistiu na realização de entrevistas semi-estruturadas tanto com transexuais quanto com os profissionais de saúde foi possível observar que o conceito de transexualidade está permanentemente em negociação e abarca uma diversidade de experiências de relação com o diagnostico e de construções de si. Neste sentido, num primeiro momento discute-se a produção do dispositivo da sexualidade entre os séculos XVIII e XIX, em seguida abre-se uma discussão sobre a invenção da transexualidade enquanto patologia a partir do século XX, principalmente após os anos de 1950. Posteriormente, discute-se a questão dos saberes localizados, recuperando a importância dos saberes trans no âmbito do próprio dispositivo e finalmente, tendo como referência os conceitos de gênero e de identidade propostos por Judith Butler, analisa-se os jogos identitários presentes na transexualidade