A reforma Pereira Passos como mito de origem de uma cidade partida
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20689 |
Resumo: | Essa dissertação é uma análise da literatura especializada na reforma Pereira Passos a partir da década de 1980 até o ano de 2020. O objetivo deste trabalho é compreender como essa literatura analisou o evento da reforma, seus impactos e modificações no espaço urbano carioca. A partir de reflexões promovidas pela antropologia histórica, tenho como hipótese que esta literatura construiu a reforma Pereira Passos como um evento que configura o mito de origem da repartição da cidade. Com características que transcorrem hegemonicamente cada década analisada, optei pela separação decanal do período para a análise da literatura especializada. Como característica principal da produção durante a década de 1980, essa literatura consagrou a visão na qual enxerga a reforma Pereira Passos como um mito que, através das políticas de remoção, contribuiu para a segregação espacial do Rio de janeiro, principalmente pelo processo de favelização decorrente da reforma. Durante a década de 1990, o foco das análises sobre a reforma urbana da virada do século XIX para o XX tiveram como carro chefe as reflexões sobre a ideologia higienista, que contribuiu para uma segregação moral do território, baseada nas noções estigmatizantes da contaminação. A partir dos anos 2000, a literatura passou por uma virada racial, sendo as questões raciais envolvidas no processo da reforma discutidas de maneira central. Acredito que todas essas temáticas, recorrentes nas décadas analisadas, tiveram como pano de fundo discussões baseadas em questões do presente. Ao que pude observar ao longo da pesquisa, as ideias apresentadas pelos pesquisadores da reforma Pereira Passos contribuíram na construção narrativa da sociedade carioca através dos mecanismos estabelecidos durante as análises sobre a reforma a partir da construção desse evento enquanto um amalgamador dos processos de segregação impostos à malha urbana. Assim sendo, acredito que essa literatura organizou um mito que se transformou em um modelo analítico estruturante da imagem histórica do Rio de Janeiro enquanto uma cidade partida. |