Estudo das infecções por Streptococcus agalactiae em modelo murino de diabetes induzida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Mendonça, Jéssica da Conceição
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico:Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20768
Resumo: Streptococcus agalactiae, também conhecido como estreptococos do Grupo B (EGB), é considerado a causa mais comum de infecções bacterianas em recém-nascidos e adultos imunocomprometidos, sendo classificado em dez diferentes tipos capsulares (Ia, Ib, II-IX). Infecções severas causadas pelo EGB podem afetar adultos não grávidos, particularmente idosos ou indivíduos com condições médicas subjacentes como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. As razões para o aumento da incidência do EGB ainda não são bem compreendidas. Dentre todas as doenças associadas às infecções pelo EGB, a diabetes é a mais comum. A resistência à insulina está associada com o aumento da susceptibilidade às infecções bacterianas invasivas. O objetivo do presente estudo foi investigar os mecanismos de patogênese do EGB utilizando um modelo de diabetes induzido por estreptozotocina em camundongos. Além disso, analisamos sete genes de virulência (lmb, gbs2018 [ST-17], PI-1, PI-2a, PI-2b, fbsA, fbsB e hylB) como biomarcadores genômicos do EGB. Camundongos Swiss webster machos e fêmeas com seis semanas foram divididos em quarto grupos: 1. controle; 2. controle infectado; 3. diabético; 4. diabético infectado. Após três dias, os camundongos foram infectados intranasal com a amostra hipervirulenta GBS90356. Com três e cinco semanas os camundongos foram eutanasiados, e os pulmões e coração foram coletados. Fragmentos pulmonares foram fixados em paraformaldeído 4% para análises histopatológicas e para determinação de unidades formadoras de colônias por mililitro (UFC/mL) em placas de ágar base contendo 5% de sangue defibrinado de carneiro. Os fragmentos cardíacos foram submetidos apenas a contagem de UFC/mL. Somente o tecido cardíaco apresentou maior crescimento bacteriano nos camundongos diabéticos (~103 UFC/mL) quando comparados ao controle. Um maior número de células inflamatórias foi observado (a maioria macrófagos) nos grupos 2 e 4. O grupo 4 apresentou ruptura dos septos alveolares e pontos de hemorragia. Os grupos diabéticos apresentaram maior expressão de colágeno e fibras elásticas. A amostra GBS90356 apresentou todos os genes de virulência, com exceção de PI-2a, justificando o potencial invasivo da amostra estudada. Os resultados mostraram que a infecção intranasal foi bem sucedida e sugerem que indivíduos com diabetes podem desenvolver infecções severas por EGB, ativar uma intensa resposta imune e serem mais susceptíveis à infecções pulmonares recorrentes.